John e Kate

Lá fora uma noite chuvosa e desagradável, fria, tempestuosa, nada convidativa a passeios...
Nada se via no horizonte para alem das árvores, a relva verdejante e nada se ouvia, só o canto suave e espaçado dos melros...
Ao longe, uma casa pequena mas acolhedora, bem decorada, moderna mas nada extravagante, simples...tinha o essencial...
La dentro uma visão maravilhosa e apetecível...
No 1ºandar a suite principal, uma cama King size pouco elevada do chão em cor de pinho, 2 cómodas, candeeiros e armários da mesma cor, na casa de banho a louça branca dominava, uma enorme banheira de hidromassagem rodeada por velas ambientadoras emanavam um cheiro a rosas e lavanda..
No rés-do-chão, a cozinha era dominada pelo branco das paredes e pela cor da madeira dos moveis e electrodomésticos disfarçados de armários...
Na sala uma mesa redonda em madeira, 2 cadeiras, não era preciso mais nenhuma, do mesmo material, um plasma embutido na parede, um candeeiro comprado numa feira de artesanato, um aquário paradisíaco a fazer lembrar o grande recife de coral e um sofá em pele negra a contrastar com o branco das paredes.
A lareira encontra-se acesa, a TV ligada num canal ao acaso em silencio, ao de leve, uma musica suave e descontraída tocava, só para criar ambiente...
No sofá um casal aconchegado deleita-se com a dança que o fogo faz ao queimar o tronco, visão perfeita, o casal abraçado, sem nada dizer, o olhar intenso e apaixonado dizia tudo, a troca de palavras é desnecessária.
John, uma pessoa normal, 1.76m, moreno e olhos castanhos.
Kate, também morena, cabelo pelos ombros, olhos castanhos, pouco mais baixa que ele, linda... simplesmente perfeita.
De repente um sorriso é esboçado, o olhar intensifica-se, e uma vez mais sem nada dizerem John apercebe-se o porquê daquele sorriso, a musica que Kate tanto gosta começara a tocar.
Um abraço apertado, uma festa carinhosa,um beijo caloroso, caricias foram trocadas ao som da calma musica.

Já passava das 2 da manhã, o fogo cessara, a musica ja á algum tempo tinha passado, Kate dormia profundamente, enroscada no cobertor, encostada ao ombro dele...
Demorou 30 minutos a apreciar tão magnifica visão, o sono calmo e tranquilo.
Levantou-se ao de leve, sem fazer barulho para não a acordar, desligou a TV, deu de comer aos peixes, deslocou-se ao 1º andar e desfez a cama, voltou á sala e tomou-a em seus braços, encaminhando-se de novo ao quarto, deitando-a suavemente na cama e tapando-a em seguida.
Contemplou-a uma vez mais, o sono continuava profundo e tranquilo apesar do deslocamento ao 1º andar..
Preparou-se para lhe fazer companhia, desligou todas as luzes menos a do aquário, servindo esta de luz de presença na sala, deitou-se a seu lado, e, apesar de inconscientemente, Kate deu conta da companhia e aconchegou-se a ele.

Dormiram até as 10h ininterruptamente, quando acordaram deslocaram-se, ainda sonolentos, á cozinha para tomarem o pequeno almoço.
Kate ligou a maquina do café enquanto preparava torradas, entretanto um suave e baixo som envolveu a casa, a musica estava de novo ligada.
John foi recebido na cozinha com um enorme abraço e um beijo apaixonado.
Tomaram o pequeno almoço em silêncio, trocando olhares de desejo e paixão.
O dia nascera lindo e soalheiro, não fazendo jus á noite passada, ele decidiu convidá-la para que lhe fizesse companhia na cama de rede disposta no alpendre, ao sol.
Já estavam aconchegados quando Kate pergunta: "Ainda te lembras de como nos conhecemos?"
"Claro que sim" - foi a resposta que recebeu.
...
Aquela noite não seria esquecida,encontravam-se numa festa, e avistando-a ao longe percebeu logo o que se avizinhava, foram os primeiros olhares trocados entre ambos, algo amedrontados, é certo, nenhum dos dois sabia qual a reacção que receberia. Apresentados por uma amiga em comum, envolveram-se noite dentro, partilhando conhecimentos e aventuras vividas, trocando piadas e galhardetes, parecia que já se conheciam fazia anos, bebidas foram rodando, sem que nenhum bebesse em demasia,bebendo mais por simpatia, não valia a pena o risco de se perder algo único para os efeitos do álcool.
A noite chegara, infelizmente,ao fim, sem nenhuma vontade de se separarem,encaminharam-se á saída.
"Queres que te leve a casa?" pergunta ele.
"Sim" responde ela envergonhada mas contente com a proposta.
O caminho foi percorrido sem qualquer silencio, a conversa fluia só interrompida pelos risos.
E pronto, chegados a seus aposentos, chegara hora da despedida. algo sempre doloroso, ainda mais se realmente se aprecia a companhia.
Um abraço apertado foi tudo a que teve direito, também não podia pedir mais, na verdade conhecia-a fazia horas.
Para alem de que Kate encontrava-se emocionalmente ligada a outra pessoa no momento, para sua grande tristeza.
Não conseguindo dormir nessa noite, John so pensava nela, o quão maravilhosa era, e na facilidade de dialogo.
Dias de angustia se seguiram, não tendo a certeza se se iriam encontrar mais, ou se tudo acabara naquela noite.
Semanas foram passando, meses e anos, sem noticias um do outro, até que um dia, por acaso se encontram novamente, num café.
Ao olharem um para o outro, as memorias daquela noite pareciam frescas, como se tudo tivesse acontecido na noite anterior.
Aproximaram-se, garantindo que ela não estava acompanhada, o abraço era inevitável, pareceu infindável...
Kate convidou John para que este se senta-se e lhe fizesse companhia, John não hesitou.
Desta vez tudo estava diferente, parecia nao haver assunto apesar das perguntas que tanto um como o outro tinham para fazer, nenhum tinha coragem de começar, limitaram a olhar-se mutuamente...
Ao fim de algum tempo John decidiu começar - "Que tens feito?"
"Acabei a faculdade e estou a procura de emprego" - respondeu kate " e tu?
"Estou a tirar umas longas ferias, acabei de comprar casa, estou a ver se encaminho a minha vida"
"Parece-me bem"- e uma vez mais o silêncio invadiu a conversa.
"Tenho de ir"- desculpou-se John-"Vou juntar uns amigos e fazer uma pequena festa para inaugurar a minha casa, queres passar por lá logo?"
"Sim, parece interessante!"
"Lá para as 19h podes aparecer.Queres que te vá buscar a algum lado?"
"Não, não é preciso, eu chego la, mas obrigado, queres que leve alguma coisa?"
"A tua presença é tudo o que preciso!"
Depois de lhe dar a morada e trocarem números de telemóvel para o caso de kate se perder, despediram-se com um beijo na face.

John foi comprar tudo o que precisava, e convidou um casal amigo...
Às 19h como combinado, a campainha tocou, esperançoso e algo nervoso John correu até á porta, era o casal, mas kate não estava presente..
Algo triste, John convidou para que estes entrassem e se sentissem em casa, dirigiu uma rápida visita á casa e acomodaram-se no sofá, e ligaram a TV.
Conversaram, John cumpria o que parecia um ritual, olhava por breves instantes para a porta, na esperança que Kate estivesse do outro lado, e em seguida olhava para o relógio, estava a ficar frustrado...
Ás 20h finalmente, o tão desejado tocar de campainha, Kate tinha finalmente chegado.
Não querendo parecer ansioso john levantara-se calmamente e fora abrir a porta.
Um maravilhoso sorriso e um enorme "olá" estavam á sua espera do outro lado da porta.
"Deste bem com o sitio?"
"Sim, desculpa o atraso mas surgiram outras coisas"
"Mas ta tudo bem?"
"Sim, felizmente consegui resolver tudo e vir"
"Fico contente que tenhas vindo"
Desta vez a visita guiada foi mais demorada, mostrou-lhe todos os recantos da casa, cada um e todos os pormenores.
Finalmente chegados a sala, juntaram-se os 4 e delinearam o que seria o jantar. Grelhados.
A noite estava limpa e confortável.
Dirigiram-se ao pátio, John foi preparar o grelhador.
Kate olhava em volta, apreciando a noite.
O casal afastou-se,sentando-se nas espreguiçadeira no relvado, apreciando o ambiente, a luz brilhava,a aura positiva que John&Kate emanavam era incrível.
John ligou o grelhador e foi buscar a carne.
Quando regressou, reparou na presença de kate junto do grelhador, sorriu.
"Não preferes relaxar nas espreguiçadeiras ?"
"Não, fiquei curiosa com os cozinhados, quero ver os segredos"
"Não há segredo nenhum coloco a carne na grelha e o fogo faz o resto"
"Ok, mas preferia ficar por aqui, na tua companhia, se nao te importares claro."
"Claro que não me importo, aprecio bastante a tua companhia"
Conversaram animadamente durante bastante tempo, nada parecido com o sucedido nessa manha no café.
Quando os grelhados estavam prontos, John levo uma travessa para a casa de apoio junto das espreguiçadeiras.
Comeram a carne acompanhada com pão e batatas fritas de pacote e beberam cerveja fresquinha.
A conversa manteve-se animada durante toda a noite, não dando pelo passar das horas.
Ja passava da meia noite quando o casal se despediu, oferecendo-se para levar também Kate, mas esta recusou.
John perguntou-se porque preferia ela ir sozinha para casa, que motivo teria ela para não aceitar a boleia.
Mulher misteriosa, Kate, mas esse é o motivo que levou a que John se apaixona-se por ela, aquele mistério todo.
...
Mulher misteriosa que agora era a sua mulher.
Tinha-se casado dia 15 de Junho de 2008, cerimónia simples, só tinha os amigos mais próximos e as respectivas famílias como convidados.
Kate tinha-se mudado para a casa de John meses antes do casamento e já contavam com 4 anos de namoro...
Planeavam agora quando seria a melhor altura para acrescentar mais um membro á família.
Tinham estabilidade financeira e o desejo para tal, só faltava conseguirem...
Anos passaram desde que começaram a pensar em ter filhos, mas até então nenhum surgira...
Decorria o ano de 2012 , 4 anos depois do casamento, a relação de John e Kate permanecia inalterável, ambos cresceram, física e psicologicamente desde o inicio da relação, mas faltava algo...
Faltava as noites mal dormidas, o levantar de hora a hora, para dar de comer, ou para aconchegar, faltava a desorganização normal de um 1º filho num casal jovem, tinham ambos 20 anos quando casaram, algo invulgar nos dias de hoje, mas ambos acharam que seria o correcto a fazer.
Atribuíam essa falta de "sorte" ao nervosismo e stress típico do dia de um trabalhador, mas estavam ja a perder as esperanças.
Kate trabalhava como secretária numa importantíssima firma de advogados, trabalhava 10 horas por dia, e havia noites em que levava algum trabalho para casa.
John era um empresário em crescimento, entrara no ramo meses antes de conhecer Kate, estava agora bem colocado nos quadros da empresa, também ele trabalhava 10 horas por dia.
Pouco era o tempo que passavam juntos durante a semana, mas esse tempo era aproveitado ao máximo, jantavam juntos todos os dias, independentemente do trabalho que tinham para fazer e sempre que possível, John percorria os quilómetros que separavam as 2 empresas, para almoçar com Kate, o amor era patente neste casal.
Ao fim de semana, deixavam o trabalho de lado e concentravam-se na sua relação.
Muitos fins de semana eram passados numa cabana que Kate tinha, á beira mar, dormiam até tarde, bem aconchegados, tomavam o pequeno almoço na cama, luxo a que Kate tinha direito, segundo John, e passavam o resto do dia a passear no areal.
Naquele lugar apenas as ondas se ouviam, o som do constante bater das mesmas no pontão mais á frente.
O salpicar da água nas suas faces nos dias mais ventosos, ou quando o mar estava mais encrespado.
O único sinal de presença humana naquela praia fazia-se por pescadores esporádicos e o faroleiro, de resto, só a fauna selvagem se fazia notar.
Ao final da tarde ambos olhavam para o horizonte, contemplando o belíssimo pôr do sol a que tinham acesso vip, ou ao luar magnifico que fazia concorrência feroz á luz emitida pelo farol, ambos se mostravam gratos por ali estar, fugiam á rotina do dia-a-dia e desfrutavam da companhia um do outro.
Preferiam dormir ali, na noite de domingo e levantarem-se cedo, para irem em direcção á confusão da cidade para mais uma semana infernal, do que antecipá-lo por uma noite.
Ambos gostavam das suas funções, mas estavam de acordo que trabalhavam demasiado tempo por dia.
Decidiram tirar umas merecidas férias.
Segunda feira, Kate e John decidiram "exigir" as ditas férias.
Kate pediu umas férias que foram aceites pelo seu chefe, segundo ele ela trabalhava demasiado e merecia estas férias.
John obteve a mesma reacção..
E assim foi, John comprou os bilhetes de avião, fizeram as malas e puseram-se a caminho do aeroporto.
Apanharam o avião ás 10h de 12 de Outubro, para parte incerta segundo John.
A viagem durou 8 extenuantes horas, mas compensou.
Ambos se encontravam numa ilha paradisíaca, agua cristalina, praias de areia branca, coqueiros e bananeiras á beira mar...lindo.
Dirigiram-se ao hotel para desfazerem as malas e acomodarem-se.
O hotel era composto por 10 villas privadas.
2 villas de luxo, com direito a praia privada e serviço completo, comida e roupa lavada incluída.
As restantes 8 villas eram as mais comuns casas, cada um cozinhava para si e lavava a sua própria roupa, não deixando de ser magnificamente decoradas, com todo o tipo de objectos relacionados com o mar.
John escolheu umas dessas 8 villas, as de luxo estavam reservadas a gente famosa, estrela de cinema por exemplo.
A villa que John escolheu situava-se no extremo sul da ilha, com uma vista magnifica para o Indico.
As casa eram todas pré-fabricadas, em madeira, dispostas em L tinham: uma suite enorme decorada a tons azul marinho e branco, na parede onde a cama estava encostada tinha uma dentadura de tubarão branco exposta, búzios e conchas coladas na parede, uma casa de banho dispunha de uma banheira com hidromassagem com velas á volta, tal como em sua casa, uma sala ampla para a cozinha, as paredes não eram de madeira, mas sim de vidro para que o visitante tivesse uma vista magnifica.
Não tinham direito a uma praia privada, mas estranhamente eram poucas as pessoas naquela altura do ano, porque estávamos em pleno verão naquela parte do globo.
Sentiram-se em casa.
No exacto momento em que entraram naquele lugar, ambos ficaram alguns momentos á porta, como que a tentarem perceber se era realidade ou o mais magnifico dos sonhos.
Passados alguns minutos la entraram, não era um sonho, era real, estavam mesmo ali, só os dois.
Desfizeram as malas e vestiram os fatos de banho a correr, aquele sol tropical chamava por eles, em 10 minutos já se encontravam no areal branco, compraram um coco para se refrescarem e foram passear á beira mar.
Deviam estar á volta de 35ºC e a agua devia rondar os 29ºC, estava um excelente dia de praia.
Depois de muito andarem, sentaram-se debaixo de um coqueiro a relaxar.
Ambos se esqueceram do stress do trabalho.
Queriam aproveitar as férias para se focarem um no outro e numa adição á família.
O sol punha-se no horizonte, o azulado do céu transformou-se em cores alaranjadas e quentes.
Permaneceram imóveis, contemplando o pôr do sol, ainda estavam sentados debaixo do coqueiro
Quando o sol finalmente se pôs na linha do horizonte, levantaram e foram comer qualquer coisa ao hotel.
John perguntou o que Kate queria jantar, mas esta insistiu em ser ela a fazê-lo.
Decidiu então ver o que estava a dar na TV.
Jantaram um belo bife com puré como prato principal e morangos cobertos de chocolate, acompanhado com champanhe.
Logo a seguir do jantar, Kate convidou John para que se juntasse a ela e estreassem a banheira.
John acendeu as velas perfumadas, encheu a banheira com agua quente e sentou-se á espera de Kate, não demorou muito ate que esta se juntasse, fazendo-se acompanhar com o que sobrou dos morangos e champanhe, dividiram o resto da sobremesa.
2 horas passaram e ambos continuavam na banheira.
John levantou-se finalmente, secou-se e deslocou-se ao quarto.
Kate demorou um pouco mais a sair, estava muito confortável ali.
John-"Não vens querida?"
Kate-"Vou já mor"
Finalmente Kate juntou-se a John, as janelas estavam com a cortinas para trás, o que permitia, de aquela posição, verem o céu estrelado.
Aconchegaram-se debaixo dos lençóis, Kate agradeceu o facto de ali estarem, tinha sido uma maravilhosa surpresa,trocaram caricias, beijos apaixonados,abraços apertados e ambos se deixaram levar pelo momento......fizeram amor.

Dormiram até á hora de almoço, quando acordaram John perguntou-lhe se tinha gostado do dia anterior.
"Sim, foi excelente mesmo, e a noite também"
John apercebeu-se a que ela se referia, sorriu e beijou-a.
Levantaram-se, comeram uma peça de fruta cada um e foram para a praia aproveitar o sol.
Desta vez havia mais gente na praia, parecia que havia uma festa ou algo do género.
Perguntaram a um local o porquê de tanta confusão e foram informados que se tratava de um ritual.
Segundo ele, todos os jovens adultos, quando atingem os 20 anos, tem que se submeter a este ritual, são escondidos no fundo do mar, no meio do coral objectos de valor, objectos esses que tem que ser recuperados pelos mesmos.
A profundidade era absurda, o coral estava situado a 20 metros abaixo da superfície, 1 metro por cada ano de existência, e só uma pessoa bem treinada conseguia submeter-se a tanta pressão e estar tanto tempo sem respirar.
Os visitantes como John e Kate achavam o ritual impossível, mas os locais estavam em festa, preparavam-se para um banquete enorme e toda a gente estava convidada.
Mantiveram-se por perto para observarem tão estranho evento.
Foram convidados a irem de barco e assistirem de perto. Kate hesitou, não parecia interessada em estar mesmo em cima do acontecimento, mas John conseguiu convence-la.
Foram levados no mesmo barco que carregava quem ia entrar na água, John trocou algumas palavras com os participantes, para conhecer melhor o motivo, Kate limitou-se a ouvir, sem nada dizer.
Peter, um dos participantes, explicou a John que, se fossem bem sucedidos, seriam respeitados enquanto pessoas,que seria mais fácil arranjarem emprego na cidade e de arranjarem companheira para a vida.
Não tinham um casamento marcado, eram eles que escolhiam com quem queriam passar o resto da vida.
Quem não conseguia, não deixaria de ser respeitado, tentaram e só conhece as dificuldades quem tenta.
Mas em relação ao emprego e ás companheiras já não era bem assim.
Kate estava chocada, como poderiam ser tão "primitivos" na vida, em pleno século XXI, usavam rituais antigos, só nas tribos ainda existiam mas não ali, estava tudo tão evoluído, havia cidades e não apenas aldeias, tinham acesso a televisão, havia telefones e internet, não tinha lógica.
Não foi preciso Kate dizer nada para que Peter se apercebesse dos seus pensamentos.
"São tradições ancestrais, são próprias da nossa civilização, foram passando de geração em geração.
O meu pai foi bem sucedido neste ritual, anos atrás, por essa razão é respeitado pelos locais,e tem um bom emprego, conseguiu sustentar a minha mãe,a mim e ás minhas 2 irmãs.É tão importante para nós como é para vocês acabaram a faculdade, abre-nos as mesmas portas."
Kate nada disse, compreendia mas não aceitava a situação.
John estava fascinado com tudo aquilo.
Chegaram ao local, estava na altura de mergulharem.
Peter estava calmo, olhou para John e para Kate, fez uma pequena vénia, um sinal de respeito e mergulhou.
John aproximou-se da extremidade do barco para ver Peter submergir,Kate não o acompanhou, ficou no mesmo sitio onde estava, imóvel.
Os outros mergulhadores seguiram Peter e passados alguns minutos emergiram, carregando os seus valores, mas nenhum sinal de Peter.
John começou a ficar preocupado, lançou um olhar ao dono do barco, mas este não cedia, tinha um ar sereno, como se nada fosse.
Passaram 10 minutos desde o mergulho e nem um sinal de Peter, John estava em pânico, andava de um lado para o outro nervoso, lançava breves olhares ao mar, Kate começou a soluçar.
Quando John foi consular a mulher, Peter finalmente emergiu.
Carregava um enorme saco, pouso-o pesadamente na extremidade do barco e subiu a bordo.
O dono do barco lançou um olhar a John como que a mostrar que tinha razão.
Peter recuperou, e regularizou a respiração.
"Olá"-sorriu-"Tudo bem?"-Não parecia afectado com tudo aquilo
"Então?Que se passa? O que é que ela tem?". - perguntou ao ver que Kate chorava agora abertamente, aliviada
"Estás bem Peter?-perguntou John
"Claro que sim , porque não haveria de estar?"
"Estiveste submerso imenso tempo, como o conseguiste?"
"Vejo que não foram informados"
"Informados do quê?"
"Tenho treinado todos os dias, durante os últimos 5 anos como suster a respiração, consigo ficar mais de 15 minutos debaixo de água"
"Isso explica tudo" John estava agora convencido e até se riu, por ter ficado tão preocupado com um estranho, afinal não conhecia Peter.
Kate deixara de chorar mas estava ainda abatida.
Regressaram a terra firme.Os mergulhadores foram recebidos com aplausos e a festa começou.
Todos os participantes tinham conseguido com sucesso recuperar os valores.
A festa instalou-se.
John perguntou a Kate se esta queria comer alguma coisa, mas ela não parecia interessada, queria estar sozinha, sozinha com ele.
Despediram-se ambos de Peter, felicitando-o e aos restantes participantes.
Foram para a villa, Kate queria estar sozinha, sentia-se abatida.
John perguntou-lhe porquê, mas esta não lhe deu justificação, limitou-se a ir para o quarto.
John ligou a televisão, quase em silêncio e esticou-se no sofá, tentando arranjar um motivo para a mulher estar naquele estado.
Varias foram as vezes em que pensou juntar-se-lhe mas não o fez, não a queria pressionar, qualquer que fosse o motivo, se ela o quisesse partilhar iria ali ao seu encontro.
Finalmente decidiu ir ao seu encontro, já era tarde e se Kate não quisesse falar, limitar-se ia a deitar-se a seu lado em silencio.
Entrou no quarto fazendo o mínimo de barulho possível, kate levantou a cabeça, apercebendo-se da sua companhia, e sem nada dizer voltou a pousá-la na almofada.
"Queres falar?"-perguntou John sentando-se a seu lado
"Não, preferia não falar, queria estar sozinha, aclarar as ideias"
"Mas nada posso fazer para te ajudar?"
"Acho que não"
"Só o saberás se experimentares, se nada souber é que nada posso fazer"
Kate não queria partilhar a razão para estar assim, pelo menos por agora.John apercebeu-se disso e fez-lhe uma festa e deu-lhe um beijo na testa.
Deitou-se a seu lado.
No dia seguinte John acordou mais cedo que Kate, olhou para ela, mas estava a dormir profundamente,levantou-se e dirigiu-se á cozinha, tomou o pequeno almoço.
Regressou ao quarto para ver como estava a mulher, reparou que esta se contorcia na cama, decidiu acordá-la.
Ao tocar-lhe na cara apercebeu-se que estava demasiado quente, não estava assim tanto calor no quarto para ela ter aquela temperatura.
Levanto-a, obrigou-a a comer qualquer coisa e foram ao centro de saúde local.
Depois de uma espera agonizante para serem atendidos e de mais umas horas de desespero, foram informados que se tratava de um vírus, Kate tinha provavelmente sido picado por um insecto infectado, receitaram antibióticos e descanso durante uns dias.
Voltaram a casa, John perguntou-lhe se ela se queria deitar.
"Não, temos que aproveitar as férias, e não é aqui fechados que o fazemos."
"O médico disse que tinhas de descansar"
"Então vai tu, vai para a praia, não te prendas aqui por mim"
"Não te vou deixar aqui, eu fico aqui contigo"
"Mas não quero, aproveita tu as férias"
"Não sejas teimosa, achas que ia estar bem ali na praia sabendo que não podes la estar também?"
"Mas não tens culpa que eu esteja doente, não te deves penalizar por isso"
"Nem tu tens culpa disso. Acontece, deixa de tretas e anda."
Dirigiram-se á cama de rede, no alpendre, já que Kate não podia ir para a praia, iam ficar o mais próximo disso.
Ali, estavam á sombra,apanhavam a brisa marítima e Kate podia descansar na mesma.
Aconchegaram-se, Kate adormeceu passados alguns minutos, encostada ao peito de John.
John admirou-a, apercebendo-se uma vez de como era bela, apesar de estar doente, mantinha o ar saudável e jovial.
Kate estava agora com menos febre, já não se contorcia, dormia apenas, parecia melhor.
Estiveram ali o resto da tarde, Kate só acordou á hora do jantar, quando acordou pareceu admirada por John ainda ali estar, no mesmo sitio onde estava antes de adormecer.
"Bom dia"- disse Kate sorrindo
"Olá, bom dia"- respondeu John sorrindo também.
"Dormiste bem?"
"Maravilhosamente, és uma boa almofada"
"Ao menos não perdeste o sentido de humor"
Sentia-se claramente melhor, já não estava mal disposta.
"Como te sentes?"
"Estou melhor, fez-me bem dormir, obrigado por teres ficado"
"Vês, eu disse-te, ás vezes és tão teimosa"
"Eu sei, desculpa."
"Não tens que pedir desculpa, não fizeste nada errado, eu não ia mesmo que não quisesses estar comigo, jamais te deixaria aqui, viemos de férias os dois, aproveitamos os dois"
"Amo-te muito"
"Eu também te amo muito minha tontinha"
Mantiveram-se ali abraçados, admirando as primeiras estrelas da noite,ainda nao estava completamente escuro e já começavam a aparecer.
Nenhum dos dois queria sair dali, apesar do tempo que ali tinham estado, a noite estava a ficar maravilhosa, o céu tinha ainda o tom alaranjado, típico de um por-do sol magnifico, mas esse, kate tinha perdido por alguns instantes.
O resto dos dias foram passados exactamente da mesma maneira, dormiam ate tarde, levantavam-se, tomavam os dois banho, comiam alguma coisa e deitavam-se na cama de rede.
Aquela cama de rede parecia o seu refugio nos últimos dias, viam o por-do-sol, observavam o céu estrelado e iam dormir, não eram grandes férias, afinal não iam á praia, não faziam grandes caminhadas, não iam aos bares locais á noite, mas estavam ali os dois, abraçados, e para eles era tudo o que precisavam, a companhia um do outro, tudo o resto era insignificante, o mundo passava diante eles e não apreciam dar conta, nada mais importava.
Kate tinha melhorado, sentia-se agora em plenas condições.
"De certeza que estás bem?"
"Sim, estou, a tua companhia ajudou a tirar este vírus do meu sistema"
"Acho que os antibióticos ajudaram mais que eu mas se tu dizes"-brincou
Estavam animados, as férias tinham sido maravilhosas.
Ali ninguém os conhecia, não tinham ninguém com quem partilhar aquele recanto, eram só eles, e isso serviu para melhorar, como se fosse preciso, a relação dos dois, sentiam-se agora mais unidos que nunca.
O último dia de férias chegou finalmente, acordaram tristes por estar a acabar uma maravilhosa semana, mas ao olharem um para o outro decidiram, em silencio, que o iriam aproveitar da melhor maneira.
Dirigiram-se á casa de banho, e uma vez mais partilharam um quente e relaxante banho, Kate fechou as cortinas e acendeu as velas enquanto John procurava uma musica relaxante no seu monte de cd's.
Nesse monte constavam vários géneros musicais, Jazz, RnB, Rock, Soul e Instrumentais, John achou que para o momento, um Soul seria o adequado, como tal pôs One of the Brightest Stars de James Blunt, foi ao frigorífico buscar champanhe e duas taças e juntou-se a Kate.
Ambos gostavam da música e queriam aproveitar o momento, John sentou-se na banheira e tomou Kate nos seus braços, beijaram-se, trocaram palavras de apreço, kate agradeceu, uma vez mais, por John a ter levado a tão maravilhoso lugar, estava a adorar tudo aquilo, a praia, o sol, as caminhadas, tudo.
O resto da noite foi de plena luxuria e prazer, uma noite inesquecível...

No dia a seguir voltaram para casa, para o stress da cidade, a confusão do tráfego, foi como um choque para eles, as férias pareciam ter apagado por completo a sua memória dos anos na cidade, cumpriram a sua função, afastaram os seus pensamentos daquele local.
O mês seguinte ás ferias passou a correr, nem deram por ele, viram-se obrigados a trabalhar normalmente e pelo tempo que passaram fora, John andava stressado e sempre a correr de um lado para o outro, o mesmo se passava com Kate.
Na manha de dia 22 de Novembro Kate acordou mal disposta, tinha tonturas, sentia-se enjoada, levantou-se a correr e foi directa á casa de banho, John, que já se tinha levantado ficou admirado quando a ouviu, e foi logo ao seu encontro.
Kate estava pálida, tinha umas olheiras enormes e transpirava imenso.
John pegou-lhe ao colo, sentou-a na cama e foi buscar o roupão, agarrou nos documentos e voltou a pegar em Kate.
Dirigiu-se o mais rápido possível para o hospital mais próximo, temeu que o vírus que a tinha atacado nas férias tivesse encubado e evoluído assim que tivessem chegado á cidade.
Levou-a ás urgências, onde foram atendidos de imediato, coisa rara por aquelas paragens.
John esperou impacientemente na sala de espera, andava ás voltas, entrava e saia dos corredores, já tinha sido avisado pelas enfermeiras que se acalma-se ou iriam ter que chamar o segurança, mas John não conseguia evitar tanta preocupação, afinal tratava-se da sua mulher, da mulher da sua vida.
Passada uma hora, o médico que tinha tomado conta do caso dirigiu-se a John e acalmou-o.
Kate não tinha nenhum vírus.
"Acalme-se, não há razões para se preocupar, devia estar contente". disse o Dr. Martins
"Contente? Está a gozar comigo não está? Isto é alguma brincadeira de mau gosto?"- John estava a perder a calma, qualidade que tanto o caracterizava, mas numa situação daquelas era impossível.
"Não, não estou a brincar, deixe-me explicar"
"Acho bem que se explique, e explique rápido porque to a ficar farto desta espera"
"Compreendo."- Apesar da maneira como John lhe respondia, o Dr, Martins era um homem com muitos anos de serviço, já lhe tinham passado pelas mão muitos casos, alguns com desfechos felizes, outros, infelizmente menos felizes.
"John, o que lhe quis dizer é que, Kate não está doente, está na realidade de esperanças"
"Kate está grávida???" John estava chocado, depois de tantos anos a tentar, agora que não pensavam mais no assunto, o tão desejado bebé estava finalmente a caminho.
"Sim, kate está grávida, parabéns"
"eu... eu..."- começou a chorar, não tinha palavras para descrever tamanha felicidade, olhou para o médico, e abraçou-o
"Como vê tinha razão quando disse que não precisava de se preocupar"- Sabia a felicidade que John sentia, apesar de não ter sabido antes que á muito tempo que tentavam ter filhos.
"Vá ter com ela, ela está estabilizada, demos-lhe soro para que não vomite tudo o que ingerir, ficará bem"
"Obrigado doutor, muito obrigado."
"Vá, felicidades para os 3"

John correu o mais que podia para ir ao encontro da mulher, quando la chegou kate estava radiante, também ela chorava, de alegria obviamente.
"Olá mor, como estás?"- perguntou John, abraçando a mulher e sentou-se a seu lado.
"Estou bem melhor agora, desculpa se te assustei"
"Não sejas tontinha, não estavas bem, não consegues controlar tudo"
"Vais dar um excelente pai sabias?"
"E tu uma grande mãe, tenho a certeza, já se sabe se é menino ou menina?"
"Não deu para ver, o malandreco estava sentado, não deu para os médicos verem"
"Não faz mal, qualquer que seja o sexo será bem vindo"
Kate estava cansada, olhou para John e pediu-lhe para que este fechasse as cortinas, assim o fez e depois deitou-se a seu lado,Kate dormiu algumas horas, e quando acordou, John estava á porta do quarto ao telemóvel.
Estava a avisar o chefe que hoje não ia trabalhar, porque tinha Kate no hospital e queria estar junto desta, não referindo o motivo.
A enfermeira entrou no quarto para verificar se Kate estava bem, John perguntou-lhe quanto tempo ela tinha de ali ficar, a enfermeira leu a ficha de Kate e disse-lhe que, se ate ao final do dia Kate estivesse estável poderia sair nesse mesmo dia, caso contrario seria melhor passar ali alguns dias a receber soro para não desidratar, nem passar fome.
John concordou e foi deitar-se de novo ao lado da mulher.
"Posso?"- perguntou John, referindo-se á barriga de Kate
"Claro que sim, nem devias pergunta"
John acariciou, ao de leve, a barriga de Kate, achava fascinante como um ser pode carregar outro ser dentro de si, era algo que dava que pensar, como é que a mulher carregava e alimentava dentro de si uma criança, um ser humano.
Deteve-se alguns momentos, na esperança de sentir algo, mas sabia que era impossível, afinal a gravidez não estava assim tão avançada, mal se notava a saliência no corpo de Kate.
Passaram o resto do dia a planear onde seria o quarto do bebe, a escolher nomes, se fosse menina seria Diana, se fosse menino seria Ricardo.
Estavam tão felizes, que pensavam em comprar já tudo assim que Kate saísse do hospital.
Já passava da hora de almoço quando o médico veio ver como tudo estava a correr, pediu a John que saísse, iriam fazer mais alguns testes para terem a certeza que Kate não ficara com uma desidratação grave.
John aproveitou e foi comer alguma coisa, não comia nada desde a noite anterior e sinceramente não tinha fome nenhuma, estava demasiado radiante, mas Kate insistira.
30 minutos passaram quando Kate regressou ao seu quarto, estava tudo bem, poderia regressar a casa, aconselharam-na a repousar pelo menos um dia.
John já se encontrava no quarto quando Kate entrou e ficou feliz por esta estar bem e puder ir para casa.
Kate tinha vindo de pijama e roupão e foi assim que saiu, mas desta vez pelo seu próprio pé e mais feliz que nunca.
Já em casa, partilharam a banheira, era o que mais queriam naquele momento, um longo e demorado banho.
Mais um mês passou, Kate estava boa de saúde, agora sim, já se notava a barriguinha sexy de grávida, ainda era muito subtil, só os mais atentos notavam.
Decidiram não contar a ninguém, por muito que lhes custasse guardarem aquele agradável segredo para eles, mas acharam que seria o melhor, devido aos problemas que tinham tido decidiram guardar-se.
Estavam agora a 1 dia da véspera de natal, nevava la fora, a lareira estava acesa, o ambiente dentro de casa era o oposto do exterior, la fora fazia um frio árctico, as pessoas que se viam obrigadas a sair de casa estavam agora totalmente arrependidas de o ter feito, la dentro um só a luz do fogo iluminava a sala, e se este não cumprisse o seu dever, o caloroso abraço em que John prendia Kate seria suficiente para aquecer ambos os corpos.
John adorava acariciar a barriga de Kate, e parecia tão natural que já nem dava por isso, quando se apercebia já o estava a fazer de novo. Kate adorava que John o fizesse, afinal era um momento de intimidade, estavam juntos.
Tencionavam passar o Natal sozinhos, fariam os 2 a árvore de natal, enfeitariam a casa sozinhos, estariam aconchegados no sofá em frente á televisão quando tocasse as 12 badaladas e fosse altura de abrir os presentes.
Eram seis, um deles eram enormes, na sala só faltava a árvore, a musica já passava, silent night era o maior êxito.
Nessa noite não foram para o quarto, decidiram dormir ali, no quente e confortável sofá em que se encontravam.
Na véspera de natal, dormiram até tarde e ao levantarem-se dirigiram-se os 2 ao centro comercial para comprar os enfeites para por na árvore que iriam cortar de seguida.
Era magnifica, segundo Kate, com a decoração certa ficaria perfeita.
Passaram o resto da tarde a decorar a árvore, e no final, tal como Kate previra ficára perfeita.
Jantaram á luz das velas, e depois de arrumar tudo foram uma vez mais para o sofá.
À meia noite abriram os presentes, Kate teve direito a um livro sobre gravidez, para que a levasse com tranquilidade, a uma caneca que dizia " Mãe nº 1".
John obteve também um livro, também relacionado com o bebé, este livro dava algumas dicas de como ser pai, era só para ajudar.
O presente maior foi guardado para o fim,era de John para Kate, um cavalete e alguns pincéis e tintas.
Era um dos seus passatempos, mas com o trabalho não tinha tempo para pintar, o que fazia muito bem, podia até ganhar a vida a pintar, era o que John sempre dizia quando Kate vinha cansada do trabalho.
Kate adorara pintar, outrora, mas com tanto trabalho e tanto stress sempre que pegava uma folha de papel e num lápis acabava por fazer algo negativo, algo que não interessava recordar e como tal evitava fazê-lo a todo o custo.
A noite passou, e acabou por se mostrar igual a tantas outras, só com a diferença dos presentes, de resto igual, aconchegados no sofá até altas horas da noite, depois John carregou Kate para a cama e dormiram até á hora de almoço.
Na noite da passagem de ano John tencionava passa-la de maneira diferente, iriam para um chalé de madeira no meio da montanha.
Iriam, daquele sitio conseguir ver o fogo de artificio que a cidade iria lançar, ali, longe da confusão e do transito de ultima hora para la chegar.
Descansados e longe de tudo iriam desfrutar de uma calma noite, uma entrada perfeita no novo ano, uma vez mais, só eles, e com o novo membro ainda por nascer.
Assim seria segundo os planos de John, mas o destino assim não quis
Quando atravessavam as estradas secundárias da montanha para chegar ao destino John avistou uma luz ao longe vindo na sua direcção, mas não lhe deu muita importância, a estrada era de 2 faixas, como tal era perfeitamente normal.
O que John não se apercebeu é que a luz vinha aos ziguezagues, ora estava em contra mao ora estava na direcção certa, John conduzia sempre com precaução, mas ia a pensar em demasiadas coisas ao mesmo tempo, queria que a noite fosse mágica, mas o problema não era ele, o problema estava no outro condutor.
A colisão deu-se frontalmente, John ia sensivelmente a 80km/h, o outro carro a mais de 140km/h, o choque foi brutal ambos os carros foram projectados a centenas de metros do local do acidente.
John e Kate estava inconsciente, os airbags e o cinto cumpriram a sua função, ambos foram accionados, mas o choque destruiu totalmente os dois carros.
Como se encontravam numa estrada secundária ninguém tinha assistido ao acidente.
John recuperou os sentidos passados alguns minutos e o que se recordou logo foi da mulher, ainda atordoado levantou o olhar e pousou-o na mulher, ainda inconsciente.
Em seguida tentou observá-la mas nao tinha forças para tal, tinha as pernas esmagadas entre o volante e o banco, depressa se apercebeu que a única opção era que alguém de fora os viesse ajudar... gritou.. em vão.. não havia ninguém nas redondezas.
Então como que por forças superiores lembrou-se que o telefone estava na mala de Kate a apenas alguns centímetros de si.
Reuniu todas as forças que lhe restavam e chegou á mala, por sorte o telemóvel estava intacto, e tinha rede, marcou 112 e em menos de 1 minuto atenderam, John deu as indicações certas para o local e depois desmaiou de novo.
Quando deu por si estava a ser levado na ambulância, e instintivamente procurou Kate.
"Onde é que ela está?"
"Onde está a minha mulher, quero vê-la, preciso de saber como ela está" .John tentou por tudo levantar-se da maca mas foi detido por quem o estava a tratar.
" Tenha calma, precisa relaxar, está tudo bem com a sua mulher, ela esta na ambulância atrás de nós"
John chorava por não puder fazer nada, sentia-se impotente.
" E o bebé também está bem?"
O enfermeiro não tinha conhecimento de bebé nenhum mas não deu a entender esse facto
" Sim acho que está tudo bem, o meu colega é bastante profissional, de certeza que toma bem do assunto."
John continuava sem acreditar e insistia em ver Kate, mas de momento nada se podia fazer.
Chegaram ao hospital em 10 minutos, John foi levado para os cuidados intensivos, tiraram radiografias, verificaram que tinha algumas costelas partidas, por sorte não tinham perfurado nenhum pulmão, as 2 pernas partidas em vários sítios.
Cirurgia e alguns dias de repouso e a dose certa de medicamentos e ficaria bem.
Já com Kate não era bem assim.
Continuava inconsciente, tinha também algumas costelas partidas, um traumatismo craniano, e umas feridas expostas, mas até agora ainda ninguém sabia da existência da criança dentro de si...
Os médicos faziam os possiveis para que Kate recuperásse a consciência, mas a tarefa mostrava-se dificil.
Recorreram a tudo quanto era possivel.
Kate passou a noite em coma profundo, John, pela calada da noite levantou-se a custo, ainda recuperava da operação ás pernas e nao deveria andar, mas a vontade era enorme e chegava para apagar as dores, dirigiu-se ao quarto de Kate, tinha ouvido uma conversa dos médicos e ouvira onde ela se encontrava.
Ao chegar ficára devastado, Kate estava toda ligada, irreconhecivel, aproximou-se dela, pegou-lhe na mão e rezou, rezou para que tudo corresse pelo melhor, para ela e pelo bebé, mesmo que isso implicásse que ele morreria, que assim fosse, só queria que o seu bebé vivesse e a mulher da sua vida cuidasse dele.
A enfermeira que fazia a ronda nocturna apareceu e ao ver John correu a seu encontro.
"O que pensa que está a fazer?" perguntou mais preocupada que zangada
"Deixe-me ficar aqui por favor, só lhe peço que me deixe ficar, é a minha mulher, o meu filho, por favor"
"Filho? Você está a delirar, só aqui está a Sra Kate não há aqui nenhuma criança"
"Há sim, ela está gravida do nosso primeiro filho, andamos á anos a tentar e quando finalmente conseguimos acontece-nos isto, porquê? porquê? " John chorava abertamente, estava desesperado.
O barulho criado naquele quarto foi suficiente para que o médico aparecesse
"Que se passa aqui?" olhando para o quarto a falta de gente nao fazia juz ao barulho e desespero que se ouvia la fora
"John, o que faz aqui? Vocês nao deveria andar, nem era suposto conseguir, como chegou aqui?"
"Só queria ver a minha mulher, doutor ajude-os, por favor!"
"Ajude-os, porque está a falar no plural? Só aqui está a sua mulher"
"Pelo que John diz Kate está grávida" interpôs a enfermeira
"Grávida?? Será que..." Afastou-se.
"Espere. Onde vai? Não nos vai deixar aqui assim... espere"
O médico saiu a correr e foi ao laboratorio mandar fazer analises mais profundas, ainda tinham algum sangue de Kate.
30 minutos depois voltou em passo largo, a enfermeira deixara john com a mulher, mas este adormecera e ela nao saíra dali.
O médico segredou algo á enfermeira e esta afastou john, deitando-o na cama ao lado da de Kate.
Levaram Kate para o bloco operatório, a operaçao demorou 3 horas, nao apresentou dificuldades mas tambem nao evoluiu favoravelmente.
Depois da operação voltaram a colocá-la onde estava, para que john nao estranhásse.
Este ainda estava a dormir, mas podia acordar a qualquer momento e os médicos precisavam de uma explicação para tudo aquilo, eles tinham-na mas nao sabiam como explicar num momento daqueles.
John acordou de manha, eram 9h e olhou logo para o lado, não percebia como tinha ido para áquela cama, mas estava agradecido por alguém o ter posto lá, doiam-lhe as pernas, mas estava melhor do resto, tirando a mágoa pela mulher ainda estar inconsciente.
O médico veio vê-lo e estava aliviado por este estar acordado, nao podia adiar mais, John tinha o direito de saber.
John foi informado que Kate tinha sido sujeita a uma operação e que se esperava que ficá-se melhor e que se tudo corresse bem acordaria dentro de algumas horas. John ficou contente e intusiasmou-se.
Cedo demais.
O médico continuou e John entrara em choque, deitou-se na cama e chorou...
Chorou durante horas, as lágrimas pareciam não querer dar descanso ao rosto cansado de john, corriam como se de uma torneira aberta se tratasse.
Kate gemeu, John apercebeu-se e olhou para ela, mas as lágrimas não cessaram, continuavam a correr, talvez até com mais intensidade, agora que Kate estava a despertar, parecia egoísta, mas preferia que esta não o fizesse, precisava de mais algumas horas para aclarar as ideias.
Mas Kate pensava de maneira diferente, estava na altura de voltar á terra, acordar do mundo dos inconscientes.
John ouviu-a gemer uma vez mais e percebeu que estava na altura.
Levantou-se, desta vez sentindo a dor excrussiante nas pernas, mas isso não o deteu.
Deitou-se ao pé da mulher, pegou-lhe na mão, da mesma maneira que fizera umas horas atrás, embora esta não tivesse dado conta.
"Olá linda, como te sentes?" Ainda chorava.
"Olá, que se passou? Onde estamos? Porque choras?" as perguntas eram imensas e nenhuma delas parecia ter resposta para kate.
"Calma, lembras-te que iamos no carro para as montanhas, e iriamos passar a noite da passagem de anos num chalé certo?"
"Sim lembro-me, vinhamos no carro, ia a olhar para ti quando derepente vejo uma luz branca que me encadeou, depois so me lembro de sentir uma dor enorme nas costas e depois devo ter apagado, não me lembro de mais nada apartir daí"
"Pronto, essa luz era um carro que veio na nossa direcção e bateu-nos de frente, fomos projectados uma centena de metros, depois viemos para aqui e têm estado a tratar de nós"- John não queria entrar em promenores de como tinham ali chegado, nao era preciso e ela não precisava saber o estado dele, em relação ao dela, esse caso ja era diferente.
Calaram-se por instantes, para que Kate absorvesse a informação.
"Não me respondeste á ultima pergunta que te fiz"- Continuou Kate
"Qual?"
"Porque choras?" Kate queria saber,provavelmente era por causa das dores, afinal ele também as devia sentir, mas perguntou na mesma.
Antes que John respondesse Kate passou a mão na barriga, por instinto, e qualquer coisa estava errada, onde estava a saliência, onde estava a barriga própria de uma mulher grávida?
"Eles tiveram que te operar, segundo o que dizem na altura do acidente sofreste um aborto, mas como estavas inconsciente o corpo não expulsou o feto, como tal o teu corpo levou a que fosse um virus, um corpo estranho e reagiu pondo-te em coma." John não podia esconder mais, era visível e Kate sentia-o
Choraram os 2 durante horas, dias, semanas, meses.
Souberam que o condutor do outro carro tinha morrido a caminho do hospital com uma overdose de cocaína, não fora o acidente que o matara, mas sim o vicio.
A magoa era indescritível, nunca tinham sentido nada assim na vida.

Decorria agora o mês de Julho de 2013, 6 meses depois da noite do acidente em que ambos tinham perdido a passagem de ano, tinham perdido o filho que tanto desejavam, tinham perdido a esperança de um dia puderem cumprir esse sonho.
Kate tinha-se despedido do seu emprego, não queria a pena de ninguém, queria que a compreendessem, mas que não sentissem pena dela.
Dedicava-se agora á pintura e vendia os quadros, ora em leilões, ora em feiras, mas estavam a vender bem, o público parecia gostar das suas obras.
John tornara-se investidor independente, e era agora dono de 50% das acções de um dos bancos mais importantes da cidade.
Viviam bem, financeiramente pelo menos, em termos pessoais, ainda se amavam, mas faltava o elo que os ligara desde que souberam que Kate estava grávida.
Passeavam na praia, á beira mar de mão dada, viam as crianças a correr e doía mas sentiam-se felizes, afinal estavam ali a correr, alegres, alheios ao mundo que os rodeia, o mundo perigoso em que viviam.
Olharam um para o outro ao passarem pelo ultimo grupo de crianças que ali se encontravam e tiverem uma daquelas mística conversas telepáticas.
Sorriram, finalmente sorriram ao fim de 6 meses, a luz ao fundo do túnel parecia acender-se de novo nos seus corações.
Decidiram voltar a tentar ter filhos, queriam fazer uma homenagem ao filho que tinham perdido, não o iriam substituir, isso não lhes passava pela cabeça, iriam sempre lembrar-se do seu 1º filho, o filho que nunca tiveram, o filho que ficou por nascer...
Agora que Kate trabalhava em casa tinha mais tempo e não estava tão stressada, o que seria bom para cumprirem o objectivo, quanto mais stressada e nervosa por não conseguirem nada pior.
Tiveram noites longas de paixão, não o faziam por obrigação, amavam-se da mesma maneira, era um sentimento partilhado, e aquele, um momento de união.
John tirou férias, as primeiras desde daquelas maravilhosas na ilha.
Desta vez não foram para fora, ficaram em casa, não tinham horas de viagens, demorava apenas 20 minutos de casa até á praia, como tal não precisavam ir a lado nenhum.
As manhãs eram passadas na cama, quer fosse a dormir ou a namorar, depois de almoço iam para a praia, apanhavam banhos de sol, e intervalavam com uns mergulhos.
Iam jantar a casa e se tivessem na disposição voltavam á praia, para um passeio nocturno, na praia agora deserta.
Eram raras as vezes em que não se sentavam, abraçados, no areal, a admirar o céu estrelado.
Se não se sentavam no areal, deitavam-se na cama de rede de sua casa, também era agradável, e chegaram a dormir ali, nas noites mais quentes.
Tiveram um mês inteiro de férias, claro que Kate pintava quadros, afinal não precisava sair de casa para o fazer, já John lia os mail's e recebia alguns telefonemas.
Mas não se restringiam ao trabalho, queriam estar juntos.
Quando chegou ao fim o mês de férias, estavam em sintonia, tinham partilhado tanta coisa, tinham-se entregue um ao outro por completo.
A dor tinha sido apaziguada, tinham-na posto de lado e tinham agora o coração cheio de amor.
John voltou ao banco e foi informado que tinha uma reunião daí a 20 minutos com quem tinha o resto de das acções, para discutirem onde iriam abrir a nova sede.
Preparou-se, recolheu alguns papeis que tinha na sua secretária, actualizações, e dirigiu-se á sala de reuniões.
Quando la chegou a sala estava vazia, o que deu para repor os pensamentos, mas deu por si a pensar em Kate, como ela estaria, o que fazia, estaria ela a pensar em si, estava já noutro planeta quando bateram á porta, era a sua assistente a informar que tinha uma chamada na linha 3, era Kate.
John precipitou-se para o telefone, temendo o pior.
"Que se passa querida, magoaste-te? Estás bem?"
"Calma, está tudo bem sim, só queria ouvir a tua voz, estava a pintar e perdi a inspiração, comecei a pensar em ti e decidi telefonar-te"
"Estavas a pensar em mim era?" John estava mais calmo e sentou-se.
"Sim, tenho saudades tuas, quero estar contigo"
"Não posso querida, estou na sala de reuniões á espera dos meus sócios, vamos decidir onde será a próxima sede do banco, é importante."
"E não podes vir almoçar comigo? Tenho mesmo muitas saudades tuas." Kate falava agora como uma criança, queria que John soubesse como ela se sentia.
"Não sei, depende de como correr a reunião, mas se fosse a ti não contava com isso, é capaz de durar o dia inteiro."
"Pronto está bem, vou ver se consigo pintar mais alguma coisa, senão deito-me e durmo a tarde toda"
"Tens uma lata, eu aqui preso e tu vais dormir"
"Eu avisei-te que queria a tua companhia, não queres vou dormir"
Entraram os sócios de John, mas ao aperceberem-se que este estava ao telefone esperaram á porta.
"Chegaram, preciso de desligar, amo-te muito"
"Também te amo muito, até logo"
"Dorme bem, sonha comigo" John falou baixo para que não se apercebessem com quem falavam
"Não sei se quero, és mau" No tom de brincadeira, Kate provocava John
"Não sou nada, não posso e sabes disso, mas compenso-te quando aí chegar, prometo"
"Fico á espera"
"Agora tenho de ir, já me estão a lançar olhares de reprovação, adeus, amo-te muito."
"Ok, boa reunião, amo-te"
Desligou o telefone e pediu desculpa por ter estado ao telefone.
Sentaram-se e expuseram as hipóteses a John.
A melhor opção seria na Austrália, o mercado la estava a crescer e pelas suas contas em menos de 2 anos estariam a ter lucros.
John verificou as projecções e concordou, seria a melhor opção.
Tinham agora que destacar ou contratar alguém para gerir o 1º banco que tiram no estrangeiro.
"Também já tratámos isso na tua ausência John e achamos que a melhor opção seria alguém de dentro, alguém em quem temos a plena confiança."
"E já escolheram alguém?"
"Sim, a melhor opção seria ires tu, nada te prende aqui, a tua mulher trabalha em casa, podia fazer o mesmo lá, e não tens filh...."- Parou antes de acabar, mas o mal já estava feito, John percebera.
Mas John controlou-se, fechou os olhos por instantes, bebeu um gole de água e respondeu.
" Não é assim tão fácil, terei de falar com Kate primeiro, não posso dar resposta agora, não posso deixar tudo e partir"
"Claro, mas precisamos de uma resposta o mais breve possível, queremos mesmo aproveitar esta oportunidade de crescer."
"Compreendo, darei a resposta o mais rapidamente possível"
"Pronto, se não tiverem mais questões daria por terminada a reunião."
Tinham estado em reunião durante 2 horas e era agora hora de almoço, John ficou sentado na cadeira onde estava, ainda se encontrava atordoado, contente e com vontade de ir mas estava ainda atordoado.
Finalmente levantou-se, arrumou a secretária e foi ao seu escritório arquivar os documentos e ia almoçar a casa.
No caminho para casa parou numa florista e comprou um ramo de rosas brancas para Kate.
Entrou em casa sem fazer barulho, largou a pasta á entrada, descalçou-se, tirou o casaco e aliviou a gravata.
Dirigiu-e então ao quarto, Kate estava a dormir, deitou-se levemente na cama e aconchegou-a.
John tinha 1 hora para o almoço mas prolongou-se, observou-a enquanto esta dormia, adorava vê-la tão relaxada.
Quando Kate acordou e olhou para John um enorme sorriso e um caloroso abraço saíram disparados.
"Vieste, podias ter dito, tinha feito alguma coisa para os dois"
"Queria fazer-te uma surpresa, tens ai umas rosas, tinhas posto numa jarra, á cabeceira da cama, do lado de Kate.
"São lindas obrigado amor."
"Quando tens que ir outra vez?"
"Na verdade já lá devia estar"-Sorriu, olhando para o relógio.- "Mas estava a ver-te dormir, sabes que adoro"
"Gosto tanto de ti, contentas-te com tão pouco."
"Pouco? Ver-te dormir tão descansada faz-me muito feliz, significa que nada te incomoda, estás tranquila aqui"
"Sim, não tenho nada com que preocupar, certo?"-O tom era mais de desafio do que de dúvida.
"Claro que não, sabes que és tudo para mim, e quem se devia preocupar era eu, ainda foges com o carteiro"
"Já vi o carteiro"
"Não tens que te preocupar com ele" sussurrou-lhe o ouvido.
Envolveram-se numa luta amigável, Kate estava feliz por ele ali estar, tinha imensas saudades dele.
Acabaram a luta com um apertado abraço.
Deitaram-se os dois, trocando carícias.
Passava 1 hora da hora de almoço e John estava agora na cama com Kate, uma coisa levou a outra, mas teve que sair logo a seguir, pegou em Kate, levou-a para a banheira e partilharam-na num breve duche.
"Tenho mesmo e ir, desculpa, detesto estas coisas."
John adorava ficar abraçado a Kate depois de fazerem amor, não gostava de sair logo a seguir, mas tinha de ser.
Vestiu-se a correr, e dirigiu-se á porta.
"Mas não comeste nada, afinal foi esse o motivo para que vieste"
"É verdade, tu dás comigo em maluco"-Riram a plenos pulmões
"Toma, não quero que morras á fome" Disse Kate dando-lhe uma sandes e uma maçã.
"Obrigado, assim já gosto de ti" Sorriu, deu-lhe um beijo e saiu a correr.
"John!" gritou Kate
Este parou e olhou para ela.
"Obrigado, adorei a surpresa."
"Eu adorei surpreender-te" Riram novamente
Kate regressou a casa a suspirar, estava tão apaixonada, talvez até mais, do que no dia em que começaram a namorar.
John percorreu o caminho para o trabalho a correr, e ao chegar lá lembrou.se porque tinha ido a casa, tinha intenções de contar a Kate o que se tinha tratado na reunião.
Mas ao vê-la a dormir e a maneira como ela o recebeu depois de acordar fizeram-no esquecer por completo tudo o resto, só tinha olhos para ela.

No banco ninguém tinha dado conta da falta dele, para seu grande alivio, mas com que se preocupava ele, não tinha a quem dar explicações, o chefe ali era ele, é certo que dividia o cargo com os outros accionistas, mas tinha uma palavra a dizer, John esquecia-se que era ele quem mandava ali.
O dia foi tranquilo, tratou de um monte de papeis mas de resto tudo calmo
Quando o dia chegou ao fim, no caminho para casa, John pensou na melhor maneira de contar a Kate, sobre a eventual ida para a Austrália.

Ao chegar a casa, John ouviu música vinda de sua casa.
Entrou e Kate estava a pintar e a cantar em plenos pulmões.
"Olá, gritou no meio da letra, e depois continuou."
"Estás muito contente, que se passou á tarde?" Aproximou-se dela, e beijou-a na testa.
"Nada de especial, digamos que a hora de almoço foi maravilhosa e animou o resto do dia e provavelmente o resto da semana"
"Wow, sinto-me lisonjeado, obrigado"
Foi ao quarto vestir algo mais confortável e regressou á sala, atirou-se para o sofá e observou Kate por alguns minutos,
Quando Kate olhou na sua direcção, John estava pensativo, kate foi desligar a música.
" Que se passa? Está tudo bem?"
"Sim, está tudo bem, mas precisamos falar"
"Kate pousou os pincéis e foi ter com ele"
John não sabia como começar, estava receoso da resposta da mulher.
"Não sei como começar"
"John, estas a começar a assustar-me que se passa?"
" Não precisas ficar assustada, mas..."- Organizou as ideias por uns segundos e depois continuou. "Hoje na reunião, decidimos que íamos expandir o banco na Austrália"
"Tão mas isso é bom, não é ?" Estava confusa.
"Sim, é maravilhoso, mas eu fui destacado para gerir o banco, o que implica mudar-me para lá."
Kate levantou-se, mas por muito que temesse a sua reacção John não esperava a resposta que lhe foi dada.
Kate foi na sua direcção e sentou-se ao seu colo.
Abraçou-o.
"Então vamos! Que estás á espera?"
"A sério? Estás a falar a sério?"
"Sim claro que sim, se contavas ir sozinho bem podes esquecer isso meu menino."
John ficou felicíssimo, era a oportunidade de uma vida, seria ele a mandar, ele e só ele, não havia ninguém com quem partilhar as decisões, e a ideia de ir para a Austrália com a sua mulher agradava-lhe imenso.
"Tens a noção que és perfeita não tens? Amo-te tanto, és incrível, esperava que precisasses pensar ou me mandasses á fava mais a Austrália, mas a tua resposta foi pronta e concisa, meu deus Kate, tenho tanta sorte por te ter a meu lado"
Abraçou-a com mais força que nunca, e ficou até com a ideia que a tinha magoado, tal era a alegria
"Eu é que tenho sorte de te ter a meu lado, um homem de sucesso, amo-te muito"
"Tens a certeza que não te importas?"
"Claro que não, nada tenho que me prenda aqui, só tu, e como vais sair eu vou contigo, e vai-nos fazer bem, a ti porque sobes na carreira e a mim porque mudo de ares, conheço um pais novo, uma nova cultura, vamos fechar esta etapa da nossa vida, vamos começar uma vida nova"
"És incrível, sinceramente não sei o que seria sem ti"
"Um pouco mais deprimido confesso, eu sou o pilar da tua integridade mental"-Riram.
Brigaram no sofá, almofadas foram atiradas, viraram o sofá do avesso.
E só pararam quando partiram um vaso que tinham na mesinha de apoio.
"Ups" disseram os 2 em uníssono, mas não pareciam incomodados.
"Quando é a mudança?"
"Ainda não sei, fiquei de dar uma resposta assim que falasse contigo, amanha vou informar que estou pronto para ir"
"Mas ainda deve demorar certo? Têm que fazer o projecto, ser aprovado e só depois te mudas, quando já estiver construído certo?"
"Sim, em principio será assim, mas não sei o que fizeram enquanto estive de férias, não sei se adiantarem essa parte. Vou-lhes ligar a marcar uma reunião para amanha"
John ligou aos sócios e convocou uma reunião para o dia seguinte ás 11h.

No dia seguinte encontraram-se na sala de reuniões.
John foi informado que os projectos estavam em fase final de concepção e olhou para a planta.
O banco tinha um átrio enorme na entrada, rodeado por balcões num lado e no outro, a meio tinha um balcão redondo onde estariam duas pessoas a receber e redireccionar os clientes, no andar de cima, com paredes cobertas de vidro estavam situados os escritórios dos gerentes, financeiros,contabilistas e todas as pessoas fundamentais para o bom funcionamento, na cave, os cofres de valores, onde seriam guardadas as jóias e peças de arte importantes.
John adorou e aprovou o projecto, sentia-se bastante confiante com o projecto e tencionava subir imenso, em termos emocionais e de carreira, estava ansioso.
"Quando começam os trabalhos?"
"Em principio para a semana"
"E quando tenho que começar a pensar em deslocar-me?"
"Quando quiseres, se quiseres supervisionar os trabalho podes, receberás o mesmo que recebes se tivesses aqui, só quando começares a trabalhar lá é que se falará do teu aumento."
"Preferia supervisionar tudo a partir daqui, quero delinear com a Kate o que levar e o que deixar, e pensar em comprar terreno para construir casa lá, tenciono ficar la durante muitos e longos anos, para bem da nossa família e para bem do banco"
Ambos concordaram em dar alguns meses a John, este trabalharia em casa, receberia e mandaria email's, só tinha de se deslocar ao banco em caso de emergência ou para alguma reunião.

Tinham passado 6 meses desde que tinham repensado em ter filhos, 1 ano após o acidente.
Estavam os dois deitados na cama de rede no alpendre quando Kate perguntou o que John achava de fertilização in vitro*
"Porque falas nisso?"
"Não sei, tive a ler um artigo sobre o assunto e achei que podíamos tentar, não conseguimos ter filhos e.."
"Sim ok mas ainda somos novos temos muito tempo pela frente, não achas que te estás a precipitar?"
"Não, sinto que é o momento perfeito, nasceria na Austrália, e podia ter dupla nacionalidade, era bom para o seu futuro."
"Sim, nesse aspecto tens razão, vai la buscar o artigo."
John leu o artigo e concordou com Kate, iriam tentar.

Ambos recorreram ao Dr. Martins, o médico que lhes tinha dito que Kate estava grávida, ele trabalhava agora numa clínica privada no extremo norte da cidade.
O Dr. Martins é o melhor obstetra da cidade, ja tinha ajudado muitos casais na mesma situação que eles, a sua taxa de sucesso era elevada, havia fracassos, claro, o método não é infalível, mas o número de casais com bons resultados eram suficientes para que John e Kate confiassem em pleno nele.
Fizeram uma consulta de aconselhamento, o Dr Martins explicou-lhes o processo, avisou-os á partida que podiam não conseguir, mais para se proteger do que para desanimar.
John e Kate concordaram e iniciaram o tratamento.
Este mostrou-se emocionalmente desgastante tanto para Kate como para John, tinham que fazer toneladas de tratamentos, analises, etc
Kate foi informada que existia uma imcopactibilidade entre ela e John a nível reprodutor, e os médicos não sabiam como esta tinha engravidado á 1 ano.
Fizeram 3 tentativas por este processo, o que levou meses e gastaram milhares de euros, é um tratamento caríssimo que se pode elevar aos 10000€ consoante os tratamentos a que são sujeitos.
Sem ver resultados temiam que nada tinham a fazer, iriam desistir, em casos extremos iriam encontrar uma barriga de aluguer ou adoptar uma criança.
Desanimados voltaram a casa, esta estava á venda á uns meses, mas até agora só 2 pessoas se mostraram interessadas, mas não era o que pretendiam.

No dia 4 de Julho de 2014 conseguiram finalmente vender a casa a um casal reformado que queria passar o resto da vida ali, na tranquilidade, fora da cidade onde tinham passado a maior parte da sua vida.
Simpatizaram com eles, a D.Matilde e o Sr. João eram pessoas maravilhosas, tinham imensas vivências, experiência de vida que só com a sua idade seria possível ter, tinham ambos 79 anos, contavam com mais de 50 anos de casamento, tinham 3 filhos, 4 netos.
No meio da conversa contaram que também eles tinham uma filha na mesma situação que eles, também queria muito ter filhos mas não conseguia, tinha recorrido a tratamentos mas mesmo assim não tinha conseguido, mas não tinha desistido, a vontade era enorme.
Kate olhou para John e abraçaram-se, lágrimas correram pelo rosto desanimado. O casal mais velho trocou palavras sábias com eles, e acalmou-lhes o ânimo.
Passaram uma tarde animada e o casal mudar-se-ia para lá daí a 2 dias.
O banco na Austrália estava pronto a ser gerido, os colaboradores, John detestava chamar-lhes empregados, eram tão importantes como ele, desde a senhora da limpeza até ele, todos tinham um papel importante naquele local, já la estavam todos, só ele faltava.

No dia 6 desse mês estavam sentados no avião a caminho de um novo mundo, de um novo começo de vida, uma vida melhor, esperavam eles.
Dormiram a maior parte da viagem devido á diferença horária.
Quando lá chegaram eram 18 horas e o calor era imenso, estavam 38ºC á sombra, ficaram num hotel enquanto a casa deles ainda estava em construção, por sorte o hotel tinha ar condicionado nos quartos senão iam sofrer bastante.
No dia seguinte John deixou Kate a dormir no hotel e foi ver como estavam as obras em casa.
Estava quase tudo feito, só faltavam os móveis que eles tinham escolhido pela internet, a casa era grande, tinha 2 pisos, no rés-do-chão tinha uma cozinha, dividida com a sala por balcões, sem parede, a sala era enorme, as paredes eram em vidro e davam uma vista espectacular para um lago nas traseiras, uma casa de banho e um escritório, em cima só o quarto, também sem paredes, parecia uma espécie de varanda, só tinha um muro pequeno em madeira para que ninguém caísse.
Era o que queriam, Kate podia aproveitar o escritório para o seu hobbie, e John tinha também um computador para trabalhar a partir dali sempre que quisesse.
Perguntou ao empreiteiro quanto tempo demoraria a acabar e este disse que precisava mais um dia para que tudo ficasse perfeito.
John voltou ao hotel e estava ansioso para ir ver o banco, mas prometera a Kate que a levaria.
Quando entrou no quarto Kate já não dormia, tomava o pequeno almoço na varanda, de manhã não estava tanto calor e sabia bem estar ali. tinham uma vista para a cidade, alguns prédios rompiam o horizonte mas não era nada parecido com a cidade em que tinham vivido, era tudo mais calmo, não se avistava transito, alguns carros passavam mas ali andava muita gente a pé e de bicicleta.
John aproximou-se dela, abraçou-a e deu-lhe um beijo na testa.
"Bom dia amor, dormiste bem?"
"Bom dia querido, sim dormi, parece que fiquei dois dias a dormir"
"É normal, a diferença horária tem esse efeito."
"Sim, onde foste?"
"Fui ver como estão as coisas lá em casa, era ir contigo mas estavas a dormir tão descansada que não te quis acordar."
"Ok."
"Mas não ficaste chateada pois não? Queria ir contigo,mas não te quis acordar e fui para eles saberem que já chegamos, para não se atrasarem."
"Não estou chateada, dormi demasiado bem para ficar chateada"-Sorriu
"Ainda bem"
"Então e o que se come aqui?" -Sentou-se ao lado dela e lançou um olhar curioso para a mesa
"Ora bem, temos croissant, tens aí doce ou manteiga para por, queijo, depois temos pão do dia, e fruta ,para beber tens café e sumo de laranja natural."
"Muito bem, já comeste alguma coisa?"
"Sim, uma de cada" Riu
"Para além de sono a viagem fez-te fome"
"Sim, é a diferença horária, sabes como é"-brincou
"Sei, também estou com uma fome"
Tomou o pequeno almoço descansado, sem pressas, Kate comia um bago de uvas.
Arrumaram tudo e foram tomar banho, o calor já se fazia notar.
Vestiram roupas frescas, Kate levava um vestido florido e sandálias, John uns calções, uma camisola de alças e chinelos, roupas descontraídas, iam visitar o banco mas não tencionava começar a trabalhar já, estava ansioso é certo, mas queria habituar-se primeiro ao clima e aos horários.
Entraram no banco, este já estava em funcionamento, tinha garantido os serviços mínimos.
John não fazia intenção de dizer quem era, queria ver como era recebido, iria fazer o papel de cliente.
Entraram, admiraram o edifício, estava muito bem construído, tinham que admitir, dirigiram-se ao balcão principal.
"Bom dia, bem vindo ao banco internacional, obrigado por ter escolhido os nossos serviços, em que posso ser útil?
"Bom dia, gostaria de falar com alguém que me pudesse ajudar a abrir uma conta."- Estava a fazer-se passar por cliente, mas precisava, de facto abrir uma conta, precisava passar de euros para dólares todo o dinheiro que tinha.
"Sim senhor, vou contactar com os meus colegas e ver quem está disponível para o ajudar, aguarde um momento por favor"
"Ok"-John estava impressionado com o atendimento, pelo menos até aquele momento.
Em dois minutos redireccionaram-no para o balcão 3 e assim o fez.
Foi muito bem atendido, abriu a conta e transferiu quase todo o seu dinheiro para aquele banco, passando-o para dólares.
No final pediu se podia falar com o gerente, quem o atendeu ficou receoso, pensava que tinha feito algo de mal.
Apercebendo-se disso "Tenha calma, não fez nada de errado, só gostaria de trocar umas palavrinhas com o gerente."
Informaram-no que não estava presente, mas que iriam telefonar-lhe a perguntar se ali podia ir.
Quando marcou o numero o telemóvel de John tocou, obviamente.
Atendeu e falou coma pessoa á sua frente pelo telemóvel, desligando em seguida.
"Deixe que me apresente, sou John Ranzani, sou o gerente deste banco, queria só ver como um cliente era atendido pelos serviços do meu banco, estiveram muito bem."
John dirigiu-se á escadaria e chamou a atenção dos colaboradores.
"Queria um minuto da vossa atenção por favor, queria informar-vos que sou o vosso gerente, sou John Ranzani, quero desde já felicitar-vos e agradecer a vossa presença neste projecto, é o primeiro banco fora da fronteira que abrimos, eu pessoalmente estou entusiasmado com o projecto, espero que partilhem o mesmo entusiasmo, esperemos que todos cumpram as suas tarefas e ninguém ficará mal visto, obrigado."
Toda a gente ficou admirada, John estava com roupa informal, esperavam alguém de fato e gravata mas receberam-no bem, aplaudiram e regressaram ao trabalho.
John dirigiu-se ao seu escritório com Kate.
Tinha uma vista incrível para a cidade recebia sol de manha, quando este ainda nao estava muito quente, e estava á sombra de tarde, estava bem decorado, a secretária tinha já os primeiros papeis para assinar, guardou-os na pasta para levar para casa e ler com mais calma.
Fez uma visita guiada a Kate, apesar de ser a sua primeira vez ali, sabia todos os cantos á casa, tinha visto a planta.
Kate concordou em como o banco estava muito bem construído, para além de eficaz nos postos de trabalho estava bonito, o ambiente era bom, não tinham espaço suficiente para todos, ninguém estava num cubículo pequeno, dava para todos.
John saiu e fizeram o percurso até sua casa, ainda em obras, para verem quanto tempo demoravam de carro, era uma viagem curta, 30 minutos apenas.
Estavam a colocar os móveis la dentro, mas John decidiu não entrar, estivera ali á umas horas e não parecia certo lá ir outra vez, ficaria mal visto.
Kate gostou do exterior, era agradável, tinha umas árvores grandes, que faziam sombra á casa durante quase todo o dia, e assim ajudava a refrescá-la nos dias mais quentes.
Regressaram ao hotel, John abriu a pasta e começou a ler os papéis.
Mas Kate tinha outros planos, pediu que john se vestisse para sair, desta vez com roupa formal.
Quando se preparavam para sair Kate recebeu um telefonema de um número que desconhecia.
"Estou, quem fala?"
"Estou, estou a falar com Kate?"
"Sim, mas quem fala?"
"Provavelmente não sabe quem fala, mas eu há anos que ando á sua procura"
"Á minha procura? Porque haveria de estar á minha procura?"
"Eu vivo numa ilha no indico, nasci aqui, a minha mãe teve uma filha uns anos antes de mim mas não a conheço, não sabia onde a encontrar."
"Mas, o que quer dizer com tudo isto?"
"Você é a minha irmã"
Kate estava em choque, á mais de 10 anos que não sabia da mãe, os pais tinham-se separado havia 12 anos, só mantinha o contacto com o pai, e nos últimos anos até isso era raro.
"Você está a brincar certo?"
"Não Kate, eu levo isto muito a sério, á anos que procuro por si."
"Mas isto não é assim, não se telefona para as pessoas e se diz que são irmãos."
"Kate escute, eu posso prová-lo, vou ter consigo, levo fotos da mãe, fazemos testes de ADN se achar correcto."
"O senhor vai-me desculpar mas não posso, aliás não consigo acreditar em si."
"É normal Kate, não é todos os dias que sabemos que temos um irmão que não conhecemos, também fiquei assim quando soube da sua existência."
"Não sei o que pretende de mim, a ser verdade o que diz, o que pretende de mim?"
"Nada, não pretendo nada de si, só queria conhecer a minha irmã, a irmã mais velha que nunca tive e afinal existe. Queria recuperar os anos que perdi."
"Dê-me algum tempo para pensar no assunto"
"Kate, vou-lhe dar uns dias para interiorizar o que lhe disse, volto a ligar dentro de 3 dias pode ser?"
"Agradecia."
Kate desligou o telefone, estava em estado de choque, John que estava ao seu lado, ouviu a sua parte da conversa e não percebeu nada.
"Que se passou?"
"Ligaram-me a dizer que era meu irmão, filho da minha mãe."
"A sério? Que estranho, é certo que não falas com ela á anos mas penso que ela to diria, digo eu claro,"
"Pois, mas pelos vistos não disse."
"E o que ele queria, pediu-te alguma coisa?"
"Queria conhecer-me, recuperar os anos perdidos, não quer mais nada, segundo ele"
"É normal que te queira conhecer, a ser verdade é normal
O que tencionas fazer em relação a isto?"
"Não sei sinceramente não sei, ele vai-me dar 3 dias para pensar e depois volta a ligar. Mas sinceramente não sei o que pensar."
"Tem calma, tens muito em que pensar, queres relacionar-te com ele a ser verdade?"
"Sim, não,quer dizer não sei, é tudo tão estranho. Que farias se fosse contigo?"
"Não te quero influenciar, mas acho que a ser verdade deverias dar-lhe uma oportunidade, foi ele que te procurou."
"Bem sim, ele diz que anda á anos á minha procura."
Kate já não tinha vontade de sair, precisava pensar no assunto.
John compreendeu e ofereceu-se para a ajudar, mas Kate disse que se precisasse lhe diria, foi se deitar.
Ele aproveitou e retomou a olhar para a papelada, apesar de pensar nela e se ela estaria bem, mas nada podia fazer, pelo menos por enquanto.
"John"-chamou Kate
"Diz" -foi a correr ter com ela.
"Calma"- Disse ela apercebendo-se que tinha assustado John- " Apetecia-me um gelado de frutos silvestres."
"Ok"- ligou para o serviço de quarto, mas estes já não tinha gelados.
"Bem, parece que não há, desculpa."
"Oh, mas apetecia-me mesmo muito"
"É assim tanta a vontade?"
"Siiim."-Disse Kate implorando.
"Pronto tá bem, vo ver se arranjo uma loja para comprar o teu gelado"
"Booa, és um amor, estou á espera"
John foi á rua ver se ainda apanhava uma loja aberta e que tivesse o tão desejado gelado.
Andou durante alguns quarteirões, entrou numa pequena loja de conveniência, que por sorte ainda estava aberta.
"Boa noite, tem gelados de frutos silvestres?"
"Boa noite, temos sim" Respondeu o dono, deslocando-se e indo buscar o gelado.
"Só espero que seja este, senão vou ouvir sermão" -Disse John mais em tom de gozo do que de verdade.
"Tão mas é assim tão importante este gelado?"
"Sim é, a minha mulher quer muito este gelado, se não for este estou tramado"
"Está com desejos."
"Pois pelos vistos está."
John pagou o gelado e saiu, não interiorizando o que o vendedor tinha dito, tinha respondido mais por mecanismo.
Estava a chegar ao hotel quando se deu um clic no seu pensamento, parou e pensou em voz alta.
"Pera aí, com desejos? Querem ver? Não não pode ser, era bom mas não quero criar expectativas."
Entrou no hotel e foi ao encontro de Kate, não lhe dizendo as suas suspeitas, não queria criar falsas expectativas, muito menos nela, ele sabe o que ela tinha sofrido.
"Está aqui o gelado, é este?"
"Ah, serve, levantando-se a correr e agarrando neste."
"Serve? Andei quilómetros para te comprar este gelado e dizes que serve." -Estava a brincar obviamente, mas Kate não levou como tal
"Tá bem, desculpa, não precisas ser assim, podias ter dito eu própria ia buscar o gelado."
"Estava a brincar amor, não andei assim tanto, sabes que faço tudo por ti"
"Não parecia que estavas a brincar."
"Desculpa"- sentou-se a seu lado e abraçou-a -"Estava a brincar, desculpa"
"Não sei se desculpo, não era bem este que queria mas pronto."
"Não sejas mázinha, se não é o que querias dá cá que eu como."
"Nem penses" -Disse tirando o do alcance de John
"Não partilhas esse maravilhoso gelado com o amor da tua vida"
"Não e não, é meu, fui eu que andei quilómetros para o comprar"
John estava tentado em brigar com ela, se não fosse o gelado na mão de kate já estavam embrulhados uma luta amigável.
Kate cedeu e deu uma dentada a John.
"O gelado é muito bom mesmo, tinhas razão em querê-lo"
Kate acabou o gelado e deitaram-se abraçados.
Enquanto Kate dormia John teve um reflexo, fez um gesto que tanto gostava, passou a mão na barriga de Kate acariciando-a ao de leve.
John tinha a sensação e esperança que seria desta que iriam realizar um antigo sonho.
Acabou por adormecer.

Chegara o dia em que se iriam mudar para a futura casa.
Levantaram-se cedo, enquanto Kate arrumava a roupa John foi verificar se a casa estava pronta para os receber.
E realmente estava, estava maravilhosa, precisava de uns retoques pessoais, de vida.
Voltou ao hotel e foi buscar Kate.
Fizeram o check-out e foram para casa.
Kate adorou a casa, viu-a pela primeira vez por dentro nesse dia e adorou, tinha confiado a John a decoração e este acertara em pleno.
Kate só achava que ali faltava um toque, um quadro dos dois, por cima da cama, não sabia se o pintaria ou se seria uma foto, mas queria pintá-lo ela.
Estavam á 1hora em casa quando o telemóvel de Kate tocou, era o dito irmão, tinha cumprido com o que tinha dito, tinha deixado Kate pensar no assunto durante 3 dias.
"Olá Kate, como está?"
"Olá, estou bem e você?"
"Vamos indo. Vou directo ao assunto, pensou no meu caso?"
"Sim, gostaria de conhecê-lo, antes de mais como se chama? Não mo chegou a dizer."
"Oh, que indelicadeza da minha parte, chamo-me Peterson, as pessoas tratam-me por Peter"
"Ok, Peter, e quando nos poderemos encontrar?"
"Posso sair daqui agora, onde está?"
"Estou na Austrália, acabei de me mudar."
"Ok, vo arrumar as coisas e vou apanhar o próximo voo para aí"
"Ok, quando tiver no aeroporto diga que vo buscá-lo."
"Ta bem, até já e obrigado"
Kate estava ansiosa, não o conhecia e achava a história muito estranha mas iria em frente com o assunto, assim que ele chegasse iriam fazer testes de ADN para confirmar, ou não a historia.

Passaram o resto do dia a arrumar a casa e a limpar.
Foram ao supermercado comprar comida, queriam que a casa ficasse habitável o mais rapidamente possível, e a comida fazia falta.
Compraram um faqueiro em prata, copos, pratos, panelas, tachos, frigideiras, todo o tipo de utensílios, um conjunto de toalhas para a casa de banho, lençóis, enfim, tudo o que precisavam para viver confortavelmente.

Finalmente, no dia seguinte ao meio dia Peter ligou a informar que já tinha chegado ao aeroporto.
Kate e John foram ao seu encontro.
Quando lá chegaram e viram que era ficaram chocados.
Era nada mais nem menos que o Peter da ilha onde tinham passado férias, o Peter que mergulhou e pelo qual Kate chorou quando demorou a emergir.
"Peter? És tu quem, supostamente é meu irmão?"
"Sim, pensava que não te lembravas de mim, não falámos quando la estiveste, na altura não sabia de nada, a nossa mãe é que disse, passados uns meses que te tinha visto e que eras filha dela."
"E onde é que ela está, veio contigo ou preferiu não vir"
"Ela faleceu á 3 meses" Peter tinha um ar abatido, Kate estava perturbada, apesar de não falar com ela, não deixava de ser sua mãe.
"Lamento" -Foi tudo o que se lembrou de dizer.
"Vamos fazer os testes?"- Peter estava ansioso para confirmar a historia e puder chamá-la de irmã.
"Não preferes descansar antes?"
"Não, se estiveres de acordo preferia despachar já isto."
"Sim por mim pode ser."

Foram a uma clínica nas redondezas, fizeram os testes, receberiam os resultados no dia seguinte.
Peter ficou la em casa, não havia razão para ir para um hotel.
John estava a pensar o que faria para jantar, perguntou a Kate o que esta queria.
"Quero uma bife com batatas fritas."
"A sério? Não preferes peixe grelhado?"
"Não, hoje apetece-me um bife"
"Ok, Peter gostas de bife ou faço alguma coisa diferente para ti?"
"Sim pode ser bife, não sou esquisito.
Enquanto John fez o jantar Kate e Peter trocavam palavras, conheciam-se, e Kate tinha que admitir que Peter não era assim tão mau, era bem educado, prestável, e mantinha uma boa conversa.
John serviu o jantar e Kate atacou antes que este pousasse por completo o prato na mesa
"Calma, ainda me mordes um braço, não lanchaste?"
"Desculpa, sim lanchei mas to com uma fome, tava aqui e a cheirar o que tinhas feito, tava a morder-me toda."
John estava quase certo que Kate estava grávida, de vez em quando olhava para a maneira de ela andar e sentar, ás vezes dava por si a olhar apara a barriga dela, não queria dar nas vistas mas tinha já a impressão que a barriga dela estava a ficar com uma pequena saliência.
Jantaram, John perguntou se Peter queria ir a algum lado, conhecer a cidade.
"Não, desculpa estou cansado, precisava descansar um pouco, se não se importarem."
"Claro que não, a viagem foi longa, descansa."
John e Kate arrumaram a cozinha enquanto Peter se preparava para se deitar no sofá.
Depois de o fazerem foram para o jardim, deitaram-se na relva, estava um noite linda, algumas nuvens esporádicas mas dava para ver o céu estrelado.
Conversaram sobre Peter e o que Kate pensava fazer se ele realmente fosse seu irmão.
Foram deitar-se por volta da meia noite, Kate não tinha sono, mas John convenceu-a a pelo menos ir deitar-se a seu lado.
Acordaram ás 9h e iam á clínica ver se já havia resultados, mas John reparou que havia correio.
Olhou por alto para os remetentes, uma delas era da clínica, tinham enviado os resultados para casa.
Kate abriu a carta e leu.
Ali estava a prova, Peter era mesmo seu irmão.
Já não era tão difícil aceitar, continuava um pouco apreensiva, mas não podia negar um teste de ADN.
Abraçaram-se, Kate pediu desculpa por não ter acreditado, mas era compreensível.
Peter ficou ali por casa mais uns dias, mas em breve teve que voltar para casa, tinha de trabalhar.
Era dono de um bar na praia, era bastante movimentado, a maioria dos clientes eram surfistas, e estava no verão, pelo que os empregados não tinham mãos a medir com tantos surfistas

Estavam na Austrália á uma ano, precisavam de férias, desta vez não foram para lado nenhum, queriam aproveitar para conhecer a Austrália.
Kate tinha pintado o quadro com uma foto dos dois e John gostava de a ver pintar, dizia que ela entrava num transe, que adquiria uma expressão gira quando pintava.
John reparou que Kate trazia agora uma saliência na barriga, mas por qualquer razão esta ainda não se tinha apercebido.
John comentou com Kate esse facto á noite, quando estavam deitados no sofá.
Passou a mão no ventre de Kate e comentou- "Tás a ficar gordinha Kate, só comes é gelados"- em tom de brincadeira.
"Não to nada"
"Não? Repara."- levantou-lhe a blusa e mostrou-lhe a pequena mas sexy saliência que Kate ostentava.
"Olha, de onde é que apareceste?"- falando para a barriga. " Não estavas aí á uns dias
"Pois, é dos gelados." -Riram
"Já que falas nisso, não me queres ir buscar um gelado?"
"Não sei se devia."
"Não só devias como o vais buscar senão empurro-te do sofá"
"Não eras capaz disso, eu sei que não"
"Tens a certeza? Olha que quero mesmo aquele gelado"- Kate lançou-lhe um olhar malicioso
"Pronto tá bem eu vou lá."

John pegou no gelado de Kate e trouxe um para si também, já sabia que se esperasse para que Kate partilhasse com ele, bem que podia esquecer.
Kate devorou o gelado e ainda roubou uma dentada no de John
"Xiça rapariga, acalma lá essa vontade de devorar gelados"
"Não consigo, não sei porquê mas não consigo."
"E não tens uma ideia, porque terás esses desejos"- John aplicou um tom de ênfase á palavra desejo.
"Espera, achas que... será?"
"Não sei, quem sabe, talvez."
"Anda"- levantou-se a correr " Vamos á farmácia buscar testes, a ser verdade quero saber.

Saíram e foram á farmácia mais próxima, no centro da cidade, comprar os testes.
"Voaram" para casa, Kate estava ansiosa e mostrava-o, John também o estava era certo, mas mantinha o seu habitual ar calmo e sereno.

Esperaram pelos resultados, no final de alguns minutos, estavam com o resultado á sua frente.
Kate hesitou, estava realmente nervosa, e se estivesse grávida... e se não estivesse... e se...e se...
Eram muitas as dúvidas e ansiedades.
"Vamos ver o resultado ou preferes não saber". John estava agora mais nervoso, era o momento que tanto esperavam, ter ou evitar, estava muita coisa em jogo naquele pequeno teste, demasiada até.
Kate decidiu mostrar primeiro a John, desviando o seu olhar em seguida, quando John viu não tirou o ar sério, Kate olhou para ele e começou a chorar, não queria ver, não queria olhar para o negativo.
"Espero que sejam de felicidade."
"O quê?" - Quase gritou.
"Sim, olha para o teste."
"Positivo, deu positivo. John conseguimos, finalmente conseguimos."
"É verdade, finalmente, mas acho melhor irmos a um médico para verificar, para termos a certeza."
"Sim, tens razão, é melhor não festejarmos para já, isto não é 100% certo."
"Exacto, anda, vamos ver se nos conseguem atender ainda hoje."

Foram até á cidade, a cerca de 40 minutos de carro.
Estava um calor infernal, mas pareciam não dar por isso, estavam demasiado envoltos nos pensamentos.
A viagem parecia ter demorado horas, quando na realidade demorou exactamente metade do previsto.
Foram ao balcão, e foram informados que uma senhora tinha desistido da consulta á ultima da hora e que podiam ser atendidos ainda hoje, teriam de esperar algum tempo, mas as consultas eram rápidas.
O Dr.Robert era o especialista da cidade, tinha uma grande reputação, todas as mães e futuras mães da cidade o conheciam e falavam maravilhas dele.
Era um homem alto,mais velho que eles, tinha provavelmente 48 anos, tinha olhos azuis, cabelo louro curtinho, era bronzeado e era australiano de certeza, tinha o sotaque típico.
Ambos o acharam impecável, era carinhoso na maneira de falar, via-se que gostava do que fazia.
Kate recebeu a melhor noticia da sua vida, era melhor ainda do que esperava, estava realmente grávida e não de uma mas de trigémeos.
Informaram o Dr. Robert que tinham feito tratamentos, e as datas a que os tinham feito, mas este informou-os logo que não tinha sido por esse método.
Os fetos tinha cerca de 2 meses, ou seja tinham sido feitos depois de estes terem desistido dos tratamentos.
Era um caso de recuperação incrível, contradiz tudo o que a ciência provou, tinham sido informados aquando dos tratamentos que não eram compatíveis em termos reprodutivos e agora para além de Kate estar grávida, não os estava só de um mas sim de três.
Estavam extasiados, ambos choraram, o Dr. Robert deixou-os a sós na sala de consulta, teve acesso ao historial deles e sabia pelo que tinham passado, queria que aproveitassem este momento único na vida.
Estiveram 1 hora a olhar para as primeiras imagens dos filhos, o antigo e tão desejado sonho estava finalmente a ser cumprido e de que maneira.
Ainda não se sabia o sexo das crianças, ainda era cedo.
Kate iria ser acompanhada pelo Dr. Robert durante a gravidez, e desejava que fosse ele a estar presente na altura do parto.

A gravidez de Kate correu bem, ficou em casa durante toda a gravidez, só saia para ir ás consultas, de resto preferiram não arriscar.
John esteve sempre presente, acompanhou de perto esta fase importante nas suas vidas, trabalhava apartir de casa, só tinha de ir ao banco para as reuniões, quando voltava não poupava nos mimos que dava a kate e á sua já enorme barriga.
Tinham escolhido não saber o sexo das crianças até ao dia dos nascimento, ficaria uma surpresa, só queriam saber se estavam bem.
O banco já estava a dar lucros e ele estava muito contente por ter decidido ir para aquele sitio, estava tudo a correr ás mil maravilhas.
Estavam agora no mês de Abril de 2016, Kate estava a terminar a gestação, quando numa manhã tempestuosa Kate levantou-se sobressaltada.
"Que tens? Passa-se alguma coisa?"- Perguntou John preocupado.
"Acho que está na altura, querem conhecer o mundo."- Tinha entrado em trabalho de parto.
John levou-a para a clínica, não apanharam trânsito, a cidade estava calma, Chegaram lá em 25 minutos, John tinha ligado enquanto estavam a caminho para que se preparassem para os receber.
E assim foi, uma equipa liderada pelo Dr. Robert esperava por eles.
"Chegaram. Vamos equipa, não se esqueçam que são trigémeos, temos que ter cuidados acrescidos, vamos" - Dr. Robert era sempre cuidadoso, mas simpatizara bastante com Kate e John e queria garantir que tudo corria bem.
Kate esteve em trabalho de parto durante 6 horas, John não se afastara dela, estavam com as mãos dadas, Seria de parto natural, já que se tudo corresse bem tinham algum tempo de intervalo entre gémeos.
O 1º era uma linda menina, decidiram chamar-lhe Diana, o 2º era também uma linda menina, chamar-se-ia Cláudia.
Quando estava prestes a nascer o 3º John brincou, para aliviar o ambiente-"É bom que seja um menino senão estou feito, 4 mulheres em casa é muito."
O médico sorriu, mas estava demasiado concentrado para que se pudesse rir abertamente. O mesmo se passou com Kate, estava estafada, já não tinha forças para se rir.
Finalmente o filho mais novo nasceu, era um lindo rapaz, chamaram-no David, o menino dos olhos de John.
Tinha 3 fantásticas mulheres em casa e um homem, todos saudáveis e perfeitos. Estava mais que contente, era o dia mais feliz da sua vida.
As enfermeiras puseram as duas meninas ao colo de Kate, para que esta as alimentasse, David teria que esperar, mas John não se queixou, teve a oportunidade de lhe pegar pela primeira vez, era tão pequenino, tão frágil, no entanto tão forte.
Depois de alimentadas Cláudia e Diana sentiram pela primeira vez o colo do pai, também elas tão frágeis e igualmente fortes, eram as meninas dos seus olhos.
Depois de alimentar David, Kate adormeceu, estava muito cansada.
John admirou-a uma vez mais a dormir, já era habito, e mesmo com as suas filhas nos braços não conseguia deixar de o fazer.
Deitou-as nos respectivos berços, estavam a dormir e não as queria acordar.
John agradeceu imenso ao homem que nunca esqueceria, Dr. Robert, iria falar primeiro com Kate mas queria que este fosse o padrinho das crianças.

Saíram do hospital no dia seguinte, John tinha dormido ao lado de Kate, sentado numa cadeira debruçado sobre ela, com de mãos dadas.
Kate concordara em que Robert, deixaram de o chamar doutor quando decidiram que este seria o padrinho das crianças, de todas elas, ele não queria ter que escolher.
O baptizado realizou-se numa quinta própria para o efeito, tinham muitos amigos, alguns colegas de John, o pai de Kate estivera presente, tinham feito as pazes dias depois de Kate ter dado á luz.
Peter, o irmão de Kate, também esteve presente, queria conhecer os sobrinhos tinha levado uns amigos que tinha conhecido quando fez uma viagem pelo mundo, chamavam-se Marco e Patrícia, uma casal simpático e bastante apaixonado, notava-se.
Correu tudo ás mil maravilhas, tinham baptizado os tão desejados filhos e tinham estado com pessoas que há uns anos não pensariam reencontrar e conhecido outras.
Estavam finalmente felizes, realizados a todos os níveis, financeiramente, John e Kate amavam-se, agora mais que nunca, tinham finalmente filhos, ama-los-iam sempre e independentemente de tudo.
Eram os seus filhos, era o seu sonho, finalmente tornado realidade...



Obrigado a todos

Em memória:
de um irmão mais velho que infelizmente não chegou a nascer... :'(

Homenagem:
Aos meus pais por terem insistido quando tudo parecia impossível, agradeço terem resistido a tantos contra-tempos e imposições, e que através de tratamentos conseguiram contrapor, por tudo isto vo agradeço, se não fosse a força de vontade poderia não estar aqui para escrever esta história.

Quero agradecer á Diana, á Cláudia e ao David pelo apoio, força e inspiração que me deram para escrever esta história, pode não estar perfeita ou nada de jeito mas adorei escrever e com o vosso apoio consegui, e por isso vos agradeço, muito obrigado a todos.
Devem ter reparado que os trigémeos tem o vosso nome, em homenagem por terem tornado possível esta história, OBRIGADO ;)

4 comentários:

  1. comecei a ler um pouco da tu historia , quando tiver mais tempo continuo a ler mas gostei muito :) muito bom mesmo

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  2. eu gosto de ler textos , bem estruturados e só agora é que encontrei o teu blog e a primeira historia foi esta que li e é tipo um livro , pequeno mas com uma historia encantadora que vou lendo aos poucos cada x que tento vir aqui leio mais um pedacinho.. C:

    pois mas nem sempre é fácil seguir em frente mas obrigada pelo conselho ;p

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  3. obrigada, pelo o conselho, eu sei que devia por mais pontuação , mas , eu nao me dou muito bem com virgulas e por ai ... mas ja estou fazer um pequeno esforço nada mau , eu sei que passa , mas ja foi mais complicado para mim gerir isso..

    eu estou adorar a historia e ainda bem que os teus amigos te motivaram para escrever uma hst como esta :) ..

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  4. muitos parabéns acabei de ler a historia e esta óptima ,eu nao sou muito fan da leitura, mas a tu historia prendeu-me por completo vou-te seguir para ter a honra de ler mais historias tuas :)

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