07 julho 2010

Crystal- Filha da guerra (parte 1)

Decorria o ano de 1937.
Numa quinta no meio do Texas vive uma jovem menina, uma menina que apesar da sua tenra idade trabalha, ajuda o pai nos campos, a mãe na cozinha, os tios com o gado, e pelo meio ainda arranja tempo para ir á escola.
É uma família pobre, trabalhadora, insiste para que a filha vá á escola para que tenha um futuro melhor, possa ter dinheiro para fazer escolhas na vida, coisa que eles próprios não puderam fazer.
Tal como ela tinham começado a trabalhar prematuramente, era natural naquela altura começar-se a trabalhar aos 10 anos e não mais parar até deixar de respirar.
Mas para Crystal seria diferente, estudaria até aos pais conseguirem pagar, tencionavam que ela fosse para a grande cidade e tivesse estudos, queriam que fosse respeitada.
Mas era ali no meio dos montes, no meio do gado que Crystal era feliz, era uma menina tímida, preferia estar sozinha com o seu cavalo do que com alguém, não tinha contacto com meninos da sua idade, só na escola, mas mesmo aí não contactava muito com eles, chegava á escola ás 8h da manha, já com 2 horas de trabalho feito, saia ás 15 horas e voltava logo para a quinta, trabalhava até o sol se por, e muitas vezes até depois disso.
Naquele local não havia autocarros para ir buscar as crianças a casa, por isso o seu cavalo era o meio de transporte, o mais rápido também.
Crystal levantava-se frequentemente ás 5.30 da manha para puder ir nadar no lago da propriedade antes de ir trabalhar, saía de casa de mansinho, sem fazer barulho, ia ao estábulo buscar o seu cavalo negro, e cavalgava em pêlo, não gostava de lhe pôr a cela nem os estribos, achava incorrecto terem tanto peso em cima, assim era mais natural, era o seu peso e o de Crystal, nada mais.
O lago ficava a cerca de 10 minutos a cavalo, sempre que lá chegava Crystal afagava Stalion, o seu cavalo de 3 anos, um gesto de agradecimento por a ter trazido ali, ela não o via como um animal, era seu amigo, estava lá sempre para ela, e apesar de não falar, Crystal tinha a sensação que ele a percebia.
Deixava-o á solta, para que se alimentasse das ervas cobertas de orvalho, ele não ia longe, e se fosse bastava ela assobiar para que voltasse num instante.
Crystal adorava nadar naquele lago, ao natural, não estando ciente da sua beleza estonteante.
Ela nada dizia aos pais quanto a ir aquele sitio, sabia que não a deixariam ir, muito menos se soubessem que o fazia da maneira que o fazia.
Naquele tempo que ali passava sentia-se livre, do trabalho, da escola, das pessoas, de tudo, era só ela e os seus pensamentos.
Só se ouviam os pássaros com as suas cantorias matinais, parecia que estavam ali para a cumprimentar, para lhe dar as boas vindas aquele local, ás suas casas, afinal Crystal estava no seu território.
Ela adorava ficar a olhar para eles, imaginava-se a voar, de um lado para o outro, imaginava-se a cantar como eles.
Depois de 30 minutos a nadar, decidiu que já chegava, queria chegar a casa antes que os pais acordassem.
Tinha de trabalhar de qualquer das maneiras, olhou em volta mas Stalion não estava, assobiou e este veio logo a correr.
Fez o caminho até casa a passo, não tinha pressa, queria aproveitar o seu tempo sozinha.
Foi por o cavalo no estábulo, deu-lhe feno, e foi para casa, ja ali iria para cuidar dele e de todos os outros.
Quando finalmente chegou a casa, os pais estavam a levantar-se, mas não deram por ela ter saído, acharam que se tinha levantado mais cedo para tomar o pequeno almoço.
Crystal fez o pequeno almoço para todos, preparou ovos e bacon, o costume numa região daquelas, almoçavam tarde, por volta das 14h depois de metade do trabalho estar feito, paravam por 10 minutos, comiam umas sandes e fruta, também por ela preparada.
O pai ia para os campos, tratar das plantações, tinha pomares de macieiras, laranjas e pêssegos, uma estufa com morangos, tinham abóboras, batatas, melões, que vendiam em feiras especificas, e depois um pequeno quintal para uso próprio com couves, alface, tomate, salsa, coentros e tudo o que precisavam, mas tudo em pequenas quantidades, só o essencial.
A mãe ficava a arrumar a cozinha, ela fazia bolos e salgados para vender aos vizinhos.
Os tios criavam gado, tinham cerca de 2000 cabeças de gado bovino, 1000 ovelhas e criavam cavalos de corrida.
Ela tinha ficado encarregue de criar de 5 cavalos, 2 garanhões e 3 fêmeas, estavam á sua responsabilidade, Stalion, que ela tinha implorado para ficar, só ficou se ela aceitasse ficar encarregue dos outros, o pai não tinha tempo para cuidar deles, por isso iria vendê-los, mas Crystal ficara com eles.
Tirando o trabalho árduo e a ida á escola que ela detestava, a sua vida era relativamente feliz, ia ao lago de manhã e á noite sentava-se no alpendre a ver as estrelas.
Mas tudo estava prestes a mudar.

8 comentários:

  1. um bom começo ;)
    esta história promete!

    aposto que vai acontecer alguma coisa no lago.
    coitada da Crystal :S

    continua o bom trabalho :)

    ResponderEliminar
  2. Obrigado ;)
    Lá estás tu a dar ideias xD
    Nao pensei nisso, logo se vê ;)
    vo tentar continuar ;)

    ResponderEliminar
  3. não vais tentar, vais conseguir!
    eu sou uma rapariga muito imaginativa!

    :p

    ResponderEliminar
  4. vo conseguir (ou nao XP)
    já vi que sim, és muito imaginativa :P

    ResponderEliminar
  5. Mais uma história que promete revelações extraordinárias =)

    Bom começo, boas descrições ... Força =D Ansiosa pela próxima parte e pelos próximos episódios =)

    ResponderEliminar
  6. Obrigado ;)
    Esta está-se a revelar mais dificl que a outra, não conheço o meio em que se passa, nem a época, é mais um desafio, mas acho que vo conseguir com a vossa ajuda ;)

    ResponderEliminar
  7. Vais conseguir porque tens um potencial enooorme =)

    ResponderEliminar
  8. Não tenho é mais nada pa fazer :P
    Vamos la ver ;)

    ResponderEliminar

+ histórias