16 julho 2010

Crystal- Filha da guerra (parte 8)

Eram lágrimas que corriam naquele belo rosto.
Paul tentou resistir ao desejo de lá ir abraçá-la, mas não conseguiu, correu na sua direcção.
Deteve-se a poucos centimetros dela, não sabia o que fazer, na sua cabeça só pensava em abraçá-la...em beijá-la...mas não se podiam envolver, Crystal não se mexeu, ficou ali, fixa nos olhos dele, a sua tenra idade fez-se notar.
Paul limpou-lhe as lágrimas e deu-lhe um beijo na testa.
"Não chores, eu volto, já prometi que volto.
"Espero bem que sim, vou ficar á tua espera, sabes onde me encontrar."
"Sim, eu volto quando isto tudo acabar, não te preocupes."
"Como não me preocupo, estás na guerra, pessoas matam e morrem á tua volta."
"Eu sei cuidar de mim, eu vou conseguir ver-te uma vez mais, prometo."
"Eu sei que sabes cuidar de ti, os outros é que me preocupam."
"Olha-me nos olhos"-Disse-lhe, elevando gentilmente a cara dela-"Eu volto."
"Ok."-Nada mais disse.
Estava na altura de Paul ir, desta vez abraçaram-se.
Depois de um longo e apertado abraço Paul virou-se e afastou-se, não conseguia aguentar mais, tinha de sair dalí.
Desta vez era no rosto de Paul que as lágrimas corriam, ele nunca pensara que isto lhe acontecesse, apaixonar-se numa altura daquelas, muito menos por uma jovem menina.
Obrigou-se a seguir em frente, sem olhar para trás, sabia que ela ainda ali estaria no mesm sitio onde a deixara depois do abraço. Era dificil sair daquele local, ela parecia precisar de atenção, de carinho, de amor, mas ele não lhe podia dar tudo isto, não que não o quisesse dar, mas ela era tão nova.

Crystal ficou ali durante uma hora, na esperança que Paul regressasse, desta vez para ficar.
Mas tal não aconteceu, Paul tinha ido, e secalhar para sempre, ela ficaria á sua espera.
Por fim desistiu, saíu daquele local e foi direita ao estábulo, montou Stalion e foi á procura de Paul, percorreu alguns quilometros mas não o vira, ele devia ter conseguido apanhar boleia.
Regressou á quinta, pôs comer e água a Stalion, foi para casa mas não parou na cozinha para ver se a tia precisava de ajuda, foi directa ao quarto onde Paul tinha dormido, esperava que este ainda tivesse o seu cheiro, mas para sua grande tristeza, a tia já tinha metido a roupa para lavar e já tinha feito a cama de lavado, a sua tentativa tinha sido em vão.
Foi então para o quarto, chorar.

Os dias seguintes foram difíceis, sentia agora a falta do pai, do tio e de Paul.Um mero desconhecido que tinha entrado na sua vida de rompante, só o conhecera por ele pertencer ao exército, algo que ela detestava, a guerra, se os EUA não tivessem entrado em guerra poderia nunca chegar a conhecer aquele homem.
Ainda assim não percebia o porquê da guerra, qual o objectivo de tantas mortes, tantas vidas perdidas quando nada tinham a ver com tudo aquilo. Na sua maneira de pensar nada daquilo tinha lógica, mas nada podia fazer, a guerra existia e estava acontecer não muito longe dali.
Atá agora tinham conseguido manter-se alheias á guerra, não havia colunas militares por ali, os ataques aéreos não tinham atingido aquela zona, no meio de tanta destruição tinham tido sorte.
Pensava em Paul todos os dias e a toda a hora, imaginando o que ele estaria a passar, onde estaria, se teria conhecido o seu pai, se ambos estavam bem, se estariam em perigo, se estariam a salvo, se estaria sequer vivos, eram muitas as ideias que lhe passavam pela cabeça, mas ela imaginava o dia em que tudo acabava e os via, aos três, o tio tambem importava, a entrarem na quinta bem de saúde, a falarem alegremente.
Seria o cenário ideal, primeiro por estarem todos vivos, e depois era sinal que todos eles cumpriam com as suas palavras, o tio tinha prometido á mulher que voltaria, o pai tinha-lhe prometido voltar para a quinta, e Paul tinha prometido que voltaria a vê-la outra vez, essas eram as promessas que lhe davam força para se levantar de manha cedo e ir trabalhar, quando pensava neles conseguia fazer tudo sem esforço, quando dava conta estava deitada na cama, e mais um dia tinha passado.
Á noite, sonhava com o dia em que tinha salvo aquele marine, um homem forte, cabelo louro, olhos azuis, bronzeado, muito sulista, tinha até ar de surfista, e se não soubesse que ele pertencia ao exército diria até que ele era surfista profisional, tinha ar disso.
Um homem tão forte mas no entanto tão frágil, estava ferido quando o encontrou, e mesmo depois de ter tratado dele, este não se mostrava tão severo como os homens que conhecera, era gentil, calmo na maneira de falar, sensivel, não levara a mal aquele deslize, era, a seu ver, perfeito.
"Em que estás a pensar Crystal?"-Perguntou a tia um dia enquanto tomavam o pequenoa almoço, Crystal estava pensativa á uns dias, mas estava agora com uma expressão mais séria que o costume
"Ah? Nada, estava a pensar no que tenho que fazer hoje."
"Como assim, tens que fazer o mesmo que ontem, o mesmo que nos dias anteriores."
"Sim, ta bem, mas tu sabes."
"Não, não sei, por isso te perguntei."
"Nada, estava a pensar na vida."
"Estavas a pensar no Sargento Walker é o que é."
"O quê? O que estás a dizer?"
"Sim, eu reparei nos olhares que lhe lançavas, e eles a ti. Sabes que daí nao vai sair nada nao sabes, ele é demasiado velho para ti, e tu ainda és uma criança."
"Se sou uma criança o que faço a trabalhar como um adulto?"-Crystal estava irritada por a tia se ter metido no assunto e por falar assim, como se tudo fosse impossivel.-"E ele não é demasiado velho, e se for não quero saber, gosto dele como é, e a idade não devia ser um impedimento quando se ama alguém."- Crystal falava como uma mulher e não como a criança que era
"Ouve, tu és muito nova para essas coisas, para além do mais, ele pode não voltar, tu sabes disso"
"Pára! Retira o que disseste já!"-Estava agora aos gritos, aquilo era o pior que alguém podia dizer numa situação daquelas.
"Baixa o tom de voz Crystal."
"Não baixo, não mandas em mim, e não te esqueças que estás em minha casa."
"Mau, não estou a gostar do teu tom de voz minha menina. Comporta-te como a mulher que dizes ser."

Crystal estava farta da conversa, saíu antes que dissesse mais alguma coisa que não queria.
Esteve dias fora de casa, a tia andava á sua procura, pusera os vizinhos á sua procura também, Stalion tinha desaparecido do estábulo também, e para levar o cavalo, tinha ido para longe.

8 comentários:

  1. Brutal...um amor sem entraves não é um amor nas histórias =D
    Força, tou a amar cada parte =)

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  2. Ainda bem, esta história está mais realista, depois de andar a rondar a perfeição na história anterior, decidi seguir um rumo diferente nesta ;)
    Ainda bem que gostas ;)

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  3. Mto bom =) Quero mais!!!
    Ta a ser brutal!

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  4. obrigado :P
    Ta feita a próxima parte, só estou á espera da menina diii, ela matava-me se pusesse aqui mais alguma parte depois de ter dito que esperava por ela :P
    Tá de férias e não deixa os outros trabalharem já viste..

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  5. Podes crer, k mazona =P
    Assim em vez de ser só ela a esperar ansiosa faz os outros esperarem ansiosos também!!!

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  6. tem a mania a rapariga queq se pode fazer XD
    Deixa lá, tá quase ;)
    Também parei na parte 9, ainda não escrevi mais nada desta história.

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  7. estou a ver que a menina Crystal vai ser para sempre feliz com um homem mais velho.
    muito bonita a história ;)

    ansiosa para que a dii volte rápido! :p

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  8. agora diz que é pela dii que tas ansiosa, queres é k ponha aki a outra parte XD
    Disfarça que eu gosto XD

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