13 agosto 2010

Crystal- filha da guerra parte 11 (final)

E não era de facto.

Finalmente, depois de tanto tempo separados, a promessa cumpriu-se,
Paul estava de regresso.
Tinha sobrevivido á guerra e o mais importante, pelo menos para Crystal, ele tinha-se lembrado dela.
Foi o primeiro sítio a que Paul se dirigiu, ao seu encontro.
Assim que o avistou a neblina pareceu levantar, via-o claramente.
Aqueles traços tipicos do Sul, Paul estava com bom aspecto, tendo em conta que tinha vindo do meio da guerra.
Já perto de Crystal, Paul não se conteve.
Abraçaram-se como nunca o tinham feito.
Paul estava agora legalmente correcto, ela era agora adulta, podia agora exteriorizar tudo o que por ela sentia.
Ao findar do abraço, Paul olhou-a nos olhos, de seguida procurou os lábios de Crystal, e encontrou-os sem obter resistência, entregaram-se ao desejo que ambos tinham guardado durante aquele tempo todo, demasiado tempo.
Aquele momento foi mágico, seria algo a relembrar anos mais tarde, sem dúvida.
Mantiveram-se assim, abraçados durante algum tempo.

Finalmente decidiram sentar-se. Paul sentou-se de maneira a que Crystal se pudesse aconchegar a ele, e de maneira a que ele a pudesse abraçar, sentir o toque suave da sua pele, o perfume dos seus cabelos.
Ficaram ali sentados, envoltos em silêncio, olhando apenas um para o outro e apreciando cada momento.
“Amo-te”- Começou Paul- “Finalmente posso dizê-lo sem receio.”
“Também te amo”- Voltaram a beijar-se
“Que tens feito na minha ausência?”
“Tenho tentado sobreviver, trabalhado mesmo muito.”
“ Tadinha.”
“Mas pronto, de certeza que o que passaste foi muito pior.”
“Sim, mas agora não interessa, o que interessa é que estou aqui ao teu lado.”
“És tão querido paul.”
“Só para quem merece.”
“ E eu mereço?”
“Eu acho que sim, mas não tenho a certeza”-Brincou.
“Acho que devias ter a certeza, mas ok.”
“Veremos.”
Namoraram, aconchegaram-se, acariciaram-se, compensaram todo o tempo perdido.
Por fim foram para casa, e quando entraram Sally chorava, era normal, tinha perdido o seu homem, o seu companheiro.
E o facto de não puderem fazer-lhe um funeral decente doía, o corpo não tinha viajado, não havia maneira de o fazerem.
“Acho que ainda assim ele merece uma cerimónia apropriada.”- Disse Paul.
“Eu também acho, apesar de não termos o corpo, a alma continua presente.”- Crystal estava de acordo.

E assim fizeram.
Realizaram uma cerimónia, que embora simbólica, significou muito para Sally e a restante família, iriam honrar um homem trabalhador, um combatente, um seguidor da pátria, um homem de respeito.
Paul com 42 anos e com a farda do exército, um fato negro onde tinha os emblemas de honra, parecia muito mais novo, estava muito elegante, o mesmo se passava com Jack, mantinha-se elegante e com bom aspecto.
Levantaram uma cruz ao lado da irmã, no lago, agora com Jack de volta, não era preciso venderem aquele pedaço de terra, era mais uma mão a ajudar no trabalho.
Foi uma merecida cerimónia, fizeram uma espécie de santuário, homenageando os seus feitos.
Os meses seguintes foram passados a trabalhar, todos participavam, queriam voltar a pôr a quinta na lista das melhores do estado.
Conseguiram comprar algumas cabeças de gado e recomeçar a criação.
Recomeçaram as plantações, a quinta estava a começar a ser utilizada para o que era suposto.

Crystal e Paul namoravam á 1 ano quando, no dia 30 de Julho de 1946 casaram na quinta de Crystal, junto ao lago.
Ergueram uma tenda onde tinham a comida e a bebida, Jack tinha construído um pequeno altar em madeira juntamente com Paul, entrelaçaram rosas brancas na madeira.
Paul casou com a farda do exército, esperava ser a última vez que tinha de a usar, só a usava em casamentos, e funerais. Casado já estava, e funerais, obviamente que não os queria ver.
O último funeral onde queria estar era no seu.

Crystal tinha um lindo vestido branco, rendado, sem alças.
A cerimónia foi simples, só tinham convidado os pais de ambos e os amigos de Paul, Crystal não os tinha, mas começou a ter naquele dia.
Casou com o homem da sua vida, Paul era tudo o que Crystal queria e precisava.
Depois do casamento foram morar para a cidade, ali tinham mais possibilidades que Crystal arranjasse emprego, ela cantava muito bem, e queria tentar.
Tiveram 2 filhos, o Paulie e a Joanna, ambos foram á escola assim que tiveram idade, Crystal não queria que eles fossem como ela, que tinha desistido de tudo para ajudar os pais, eles não precisavam.

Aos 18 anos Joanna fundou uma empresa em conjunto com uma amiga de infância.
Com a mesma idade Paulie seguiu as pisadas do pai, também ele entrou no exército.
Retirou-se em 1950, depois de ser honrado pelos serviços prestados ao país.
Viveram os 4 na mesma propriedade, tinham comprado um terreno onde tinham 3 casas, e assim podiam manter-se sempre juntos.


Apoio:

Quero agradecer a todos os que tornaram a realizaçao desta hitoria possivel.

Ao david, que apesar de nao ler tem desculpa ,ta doentinho tadinho do ursinho xD

Á menina Joana, que desta vez leu a história.

Á menina Diana por uma vez mais ter apoiado e incentivado.

E claro á minha baixinha, pelo apoio, incentivo e por não deixar que eu preguiçasse em vez de escrever.

Obrigado a todos.

1 comentário:

  1. E pronto, a minha segunda história está acabada, espero que tenham gostado.

    A terceira já tem 4 partes feitas, para a semana começo a por aqui ;)

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