28 setembro 2010

Escreveste-o.
Em forma de rascunho.
Deixaste-o pendurado na porta do frigorífico.
Tentei lê-lo.
As palavras pareciam atropelar-se.
Tamanha foi a pressa.
A esforço lá consegui concluir.
Olhei á minha volta.
Vi-o.
Peguei no meu.
Corri ao teu encontro.
Estava bastante atrasado.
Tinha sido apanhado de surpresa.
Nada me fez parar.

Quando te alcancei.
Sorriste.
Tinha conseguido decifrar o teu texto.
Estava ali.
A teu lado.

Um minuto passou.
O apito soou.
Estava na altura.
Embarcámos.
O comboio não espera.
Por ninguém.
Uma vez lá dentro explicaste o porquê da urgência.
Querias uma fuga.
Sem explicações.
Sem planos.

E assim fizemos.
Seguimos o carril.
Para parte incerta.




(Bilhete)

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