27 setembro 2010

Não passara de um pesadelo.

Que frio gélido.
Se faz sentir naquela rua.
A neve cai.
Ventos cortantes.
Gelam-me a cara.
Fico ferido.
Tapo-me com o que tenho.
Mas não vim prevenido para tamanha tempestade.
Apenas uma t-shirt me cobre o tronco.
Puxo-a para cima.
De forma a cobrir-me a cara.
Mas o vento insiste em magoar-me.
Desta vez na barriga.
Vou alternando.
Tapo a cara e o tronco á vez.
Procuro um abrigo.
Algo que me ajude a fugir deste temporal.

Encontro-o.
Metros mais a frente.
Um antigo autocarro.
Abandonado.
Deixado á mercê de quem por ali passa.
Vidros partidos, sem rodas.
Estava em muito mau estado.
Mas o que seria pior que este vento cortante.

Entrei.
Olhei á minha volta.
Nada havia.
Abriguei-me.
Enrosquei-me no chão.
Esperei.
O que pareciam.
Minutos.
Horas.
Dias.
Semanas.
Meses.
Sabia, no meu intimo que nao me manteria vivo durante tanto tempo sem água e comida.
Mas ainda assim o tive a impressão que ali estivera muito tempo.

Voltei a mim.
Levantei-me.
Olhei a minha volta.

Aquele local aparentava não ter sido atingido pelo temporal.
Não havia neve no chão.
Estaria ele ali á tanto tempo?

Saiu daquele local.
Caminhou.
Entrou num café.
Perguntou o que tinha acontecido depois do temporal.
Ninguém sabia a que ele se referia.
Estaria toda a gente louca??
Ninguém deu conta de um temporal daqueles?

A sensação de frio passara.
Estava agora com calor.
Transpirava.
De repente ouvi alguém gritar o seu nome.
Olhou em volta.
Nada viu.
A voz parecia vinda do céu.

Depois sentiu uns abanões no corpo.
Estranha sensação.

Abriu os olhos.
Estava deitado.
Ao lado a sua mulher olhava para ele.
Preocupada.

Não passara de um pesadelo.

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