21 setembro 2010

Refúgio- Parte 1

O sol erguia-se no horizonte, dando inicio a mais uma manhã de verão.

Jorge fazia o seu habitual jogging matinal pela montanha, levantava-se ás 6 da manha todos os dias e ia correr, era um hábito que tinha desde os 16 anos.

Ele isolara-se naquela montanha para que o resto do mundo não interferisse com a sua vida.

Precisava de uma fuga á realidade, estar sozinho e pôr os pensamentos em dia.

Jorge vivera toda a vida, até aos seus 25 anos, na cidade, num bairro bastante movimentado do Porto, mas agora queria descanso, queria estar sozinho, para que ninguém fizesse nada para o magoar.

Despedira-se do seu emprego como gerente no mês anterior e dedicara-se ao seu passatempo preferido, escrever.

Jorge ambicionava lançar o seu primeiro livro, já escrevera muito mas nada em concreto, fizera pequenas histórias, alguns textos relatando o que sentia no momento, um espécie de diário que partilhava com o mundo no seu blog.

Tivera a ideia de criar um blog quando começou a comentar alguns textos de uma amiga no blog desta, e apercebeu-se que conseguia juntar as palavras e escrever textos com sentido.

Jorge criara o blog para puder partilhar as suas ideias, os seus sentimentos, já que não o fazia de outra maneira.

É tímido, esconde os seus sentimentos ao máximo, guarda-os para si, não os partilha, algo que deveria fazer. Guardar certos sentimentos para si próprio tornaram-no num solitário, vagueia sozinho pela cidade; leva uma vida monótona, sem qualquer tipo de divertimento.

Estava demasiado embrenhado na sua vida para deixar isso acontecer.

Vivia como um robot, casa-trabalho, trabalho-casa.

O único divertimento que tinha eram as saídas semanais com o Rodrigo, seu grande amigo e colega de trabalho.

Mas essas saídas sabiam a pouco, acabavam demasiado rápido, não duravam o tempo suficiente para que Jorge relaxasse.

Certa manhã, numa das suas corridas matinais avistou ao longe uma jovem.

Também ela corria, mas em sentido oposto ao seu.

Ao cruzarem-se, naquele caminho de terra, Jorge olhou-a com curiosidade.

Nunca a tinha visto por ali e já lá estava á um mês.

Não pararam, ambos continuaram a sua corrida, mas a troca de olhares foi inevitável.

E com os olhares um breve e tímido sorriso apareceu em ambas as faces.

Tudo isto aconteceu em 2 segundos, mas para Jorge parecera uma eternidade. Aquela bela jovem não lhe sairia da cabeça tão cedo. Aquela cara perfeita, os olhos castanho escuros, o cabelo também castanho, era um pouco mais baixa que ele, mas eram os olhos dela que o cativavam, havia algo no seu olhar que lhe interessou.

Tinha de saber quem era.


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