O silêncio é interrompido pelo som da campainha. Levanto-me, pondo os lençóis de lado, percorro o corredor e abro a porta. És tu que ali estás, à chuva.
"Amor, cometi um erro" foi tudo o que disseste.
Olho-te nos olhos e digo-te "Não te aproximes, não venhas chorar no meu ombro. Fizeste a tua escolha, o que tínhamos acabou no momento em que o escolheste."
Vejo um brilho nos teus olhos, a água que percorre a tua face não é só da chuva. Choras.
Nesse momento lembro-me das que percorreram o meu rosto semanas antes. A dor que provocavam ao molhar-me o rosto. Foste tu que a causaste. És a criadora da tua própria dor. Vai, não te aproximes, não tentes beijar-me, não tentes segurar a minha mão. Parte com a mesma facilidade com que partiste. Não olhes para trás.
Eu não olhei quando fechei a porta atrás de mim.
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