13 abril 2011

Parto mas regresso

     Se soubesses como odeio despedidas não me fazias partir. Não me obrigavas a ir embora e deixa-la ali, sozinha, olhando-me com aqueles olhos lindos, agora tristes, com a cara de anjo transformada em transtorno. Se soubesses como odeio as lágrimas que me correm pelo rosto quando me afasto não me fazias estar tanto tempo afastado dela. Não me obrigavas a ficar aqui, no silêncio, no isolamento sem ouvir o seu riso, sem ouvir as palavras em língua própria, sem a ver elevar-se e caminhar na minha direcção de braços abertos os dentinhos á mostra e um brilho nos olhos da cor dos meus.
     Fecho a porta atrás de mim e desejo não ter de partir. Entro no carro e não quero afastar-me. Quero regressar e tomá-la nos meus braços. Não é a ti, mas a ela.
    Sempre que tenho de ir sussurro-te ao ouvido "Não chores minha pequena, parto mas regresso, tudo ficará bem"

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