18 agosto 2011

   Encosto-me e sinto-o a percorrer, ouço o seu pulsar. O desejo invade o meu ser. Fecho os olhos e com a ponta do dedo acaricio-te a pele macia do pescoço. Arrepias-te, alheia ao que está prestes a acontecer. Colo os meus lábios á tua pele. Os meus olhos deixaram de ser castanhos e limpos. São agora negros. A minha mão na tua nuca afasta-te a face, deixando o pescoço a descoberto. Abro os olhos e cravo os dentes. Os teus gemidos de prazer dão lugar á dor quando sentes as presas a perfurarem a tua pele. Agora sinto-lhe o sabor, não só o seu aroma. Engulo com gula e volto a sorver mais um pouco. Afasto-me e delicio-me com o teu olhar horrorizado. Nem te dás ao trabalho de fugir, sabes o que sou e a força que possuo. Sorrio macabramente á medida que passo os dedos pelos meu lábios sangrentos. Volto a atacar. O teu sangue deixou de correr nas tuas veias, corre agora pela minha garganta. Não me enganei. Como é doce o teu sangue! Não me contenho e retiro as últimas gotas existentes no teu corpo. Cais no chão quando deixo de te segurar. Descaio o meu corpo e fecho-te os olhos. Prestando assim uma última homenagem á minha mais recente vítima. Afasto-me sem remorsos e deixo mais um corpo pelo caminho.

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