18 setembro 2011

Não pertenço aqui

   Encaminhei-me para casa sem vontade de o fazer. Apesar do dia ter sido normal sentia no peito que algo estava errado. O aperto tornava-se mais evidente a cada curva que me faziam aproximar do meu outrora lar. O melodioso instrumental que me chegava ao ouvido só servia para aumentar esse mesmo aperto. Mas por alguma razão não o conseguia desligar. Sentia que era adequado ao meu estado de espírito, melancólico. Parei o carro na garagem e deixei-me ficar na escuridão e no silêncio. Abri a porta contra a minha vontade e depois de tirar os meus pertences encaminhei-me para casa. Cheguei e o sentimento não só se confirmou como também se agravou. Já nada me prendia ali. Descobrira a felicidade noutro lugar. Longe destas brancas e vazias paredes. O meu lugar já não é este. Não pertenço aqui

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