02 fevereiro 2014

Odeio

   Odeio-te! E tu? Odeias-me? Óptimo! Ficas linda quando estás chateada. Adoro quando vens atrás de mim a refilar. Agarras-me na camisola para me virar para ti quando te viro as costas. Fincas as unhas na minha cara para que olhe para ti quando só quero não te ver. Quando a última coisa que quero é ouvir-te tu gritas e insistes em fazer-te ouvir. Odeio. Odeio-te. Odeio a ideia de te ter. Odeio. Odeio-me. Odeio a ideia de te perder. Naqueles dias em que chegas a casa e não fiz nada. Começas a gritar. Não levantei o cu do sofá. Metes-te á minha frente. Impedes-me de ver o que estava a ver. Não me afectas. Continuo sentado. Insultas. Perco a paciência. Fazes-me levantar. Desejar mandar-te para cima do sofá e foder-te como se não te conhecesse. Quando me contrarias só porque te dá gozo. Só para teres a atenção que não te dou de outra forma. Todos os dias há gritos. Palavras sujas. Acções violentas. Há tudo e não há nada. Aquilo que prometemos, para onde foi? Mudaste. Mudei. Já nada temos. Já nada somos. Aquelas felizes crianças do passado são partidos adultos do presente. Ando farto. Farto de ti. Desta vida. Odeio-a. Odeio como as coisas se tornaram. Odeio esta vida. A confusão que me trazes. Só não te deixo porque o sexo é bom de mais. Apesar das outras és a única que posso foder sem preservativo!

1 comentário:

  1. Gosto muito do que escreves! Estive a ler um pouco do teu blog :)
    E estou a seguir *

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