04 outubro 2010

Teces a tua teia.
Queres que fique forte.
Sem que note ela vai ficando à minha volta.
Aperta-me cada vez mais
Não tenho como escapar.
Conseguiste o que querias.
Tinhas-me onde mais desejavas.
Deixaste-me frágil e sem escapatória.
Inspiro fundo.
Invoco as forças necessárias.
Será que algum dia conseguirei escapar à tua teia?
Gosto de pensar que sim.
Irás parar de a tecer?
Ou continuarás esta tortura?
Deixa-me. Solta-me.
Deixa-me regressar a casa.
Ainda é de dia.
Deixa que o sol me aqueça o corpo.
A teia cada vez se aproxima mais.
Porque insistes tanto?
Não te quero junto a mim.
Afasta-te. Deixa-me em paz.
Procura outro alguém.
Deixa-me fazer o mesmo.
Vou quebrar a tua teia.
Preciso de liberdade.
Não és quem quero. Parte.
Esquece que existo.
Não fui mais que um insecto na tua teia.
Caí nela. Teceste habilmente.
Porém, acordei.
Percebi a tua intenção.
Não passei de um insecto que quiseste caçar.
Caçaste. Agora deixa-me ir.
Cruzaste a meta, leva o prémio. Mas deixa-me ir.
Quero esquecer que aqui estive.
Que me prendeste. Que te amei.
Quero viver de novo.
Quebrei a tua teia. Parti.
Agora sei o que é liberdade.
Sei o que é viver sem estar a sufocar.
Sei dar valor a mim mesmo.
Parti. Para nunca mais voltar.
Procuro alguém que mo consiga dar.
Não olho para trás.
Quero esquecer tudo. Recomeçar do zero.
Sem ti. Comigo, apenas.
Agora sorrio. Nada mais preciso.




História Conjunta: Pi e David

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