03 agosto 2011

   O ambiente era pesado, o cheiro a desinfectante pairava no ar. O único som que se ouvia naquela sala eram as máquinas. No corredor eram os apressados passos que dominavam. Voltei-me e encarei-a. Ali deitada, tão frágil, a sua respiração ainda pesarosa. Aproximei-me da sua cama e gentilmente peguei-lhe na mão, magra. Não a acordei. Fiquei ali a observar a minha outrora cheia de vida e agora debilitada namorada. A doença havia tomado conta de si havia alguns meses, mas agravara-se nos últimos dias. Finalmente abriu os olhos e por entre a dor conseguiu esboçar um sorriso
"Ainda aqui estás." - Observou
"Estou e estarei." - respondi suavemente
"Obrigado."
"Não agradeças, estou aqui para tudo"
Voltou a sorrir, o que lhe gastou as ultimas energias, voltou a adormecer
"não é isto que nos vai deitar abaixo" . disse num sussurro.
Depositei um leve beijo nos seus lábios.

Saímos do hospital 2 semanas depois, juntos! Porque apesar da doença o que sinto por ela supera tudo isso.

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