26 novembro 2011

Letter's to an unborn child #4

My Child,

   Hoje, num momento de solidão fechei os olhos e vi-te finalmente a chegar ao nosso Lar. Apesar de estares a dormir fiz questão de te levar a toda e cada uma das divisões deste teu pequeno palácio. Queria que conhecesses os locais onde irias passar os próximos anos da tua vida.
  Sussurrei-te ao ouvido onde te encontravas, as cores presentes na divisão, tudo o que um dia verias com os teus olhos de criança curiosa. Imaginei-te sentada no chão do teu quarto, rodeada pelos brinquedos que já lá se encontravam e foram comprados por todos aqueles que como eu te amam.
 Coloquei o meu braço por cima do ombro da tua mãe e não evitei puxa-la para junto de nós. Apesar de dormires sentiste o seu odor e mexeste-te no meu colo. Não evitámos sorrir e ainda unidos regressámos ao ponto de partida e dirigimo-nos para a sala.
 Pousei a câmara fotográfica, comprada de propósito para imortalizar o teu crescimento, na mesa de apoio em frente ao sofá e sentei-me, ainda contigo ao colo, convidando de seguida a tua mãe para que se juntasse a nós, que ficara a ver-me, curiosa como sempre.
 m dia irás comprovar por ti própria. Preparámo-nos, pusemos um sorriso nada forçado no rosto e em 10 segundos a máquina disparou, espalhando o brilho do flash pela sala.
 A primeira fotografia em nossa casa. Apesar de dormires a tua paz é o suficiente para ser uma recordação para a vida. Uma vida colocada em ponto grande por cima da lareira.
 Ao abrir os olhos constatei que esse lugar em cima da lareira ainda está vazio.
Ainda não chegaste, é verdade, mas um dia chegarás. Pode ainda demorar, mas quero que saibas: já tens um lugar no meu coração,

Um beijo do teu pai.

1 comentário:

  1. :)

    Tão lindo David! Mesmo... qualquer filho sentir-se-á orgulhoso se um ler este post escrito pelo pai.

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