13 novembro 2011

Sou o desconhecido que pelas tuas conhecidas rua vagueia. O silencioso contador das histórias originárias dos mitos que correm pelas populares bocas. O responsável pela ocupação nocturna dos bancos de jardim que de dia ocupados tanta falta sentem. O frequentador tardio dos locais madrugadores. Sou o confortável adormecido no frio e nada convidativo passeio da calçada. O banhista invernoso da veraneante ocupada praia. Sou o sobrevivente na degradação, o perfeito modelo da (sub)sociedade visivelmente escondida da tua cidade. Sou apenas um caminhante sem pouso certo. Sou o escritor do risco, o desenhador do rabisco. O ser igual a ti nascido mas de direitos diferentes vivido.
Sou simples e educado apesar dos olhares ignorantes a que sou alvo.
Sou um sem abrigo.

1 comentário:

  1. É o espelho do que todos tememos ser, mas contra o qual nada faz.

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