Já não vou...

Espera. Ainda não acabei. Não disse que te queria.
Espera. Ainda não acabei. De mentir dizendo que não te amo.
Partiste sem ouvires estas últimas palavras. As mais importantes.
As que merecias ter ouvido desde o inicio, mas infelizmente não fui maduro o suficiente para as dizer.

Estou assim desde que me deixaste. Abatido. Nada tenho, apenas tenho estas quatro paredes.
Ainda sinto o teu último suspiro neste espaço. No quarto que partilhámos. Que belas memórias criámos aqui. Os teus risos ainda aqui entoam. Os teus olhos ainda me observam a trabalhar. O teu cabelo ainda esvoaça ao sabor da brisa quando ias á janela, para observar o luar.

Tudo o resto partiu. Já não ouço os teus passos a ficarem mais próximos. já não vou ficar na expectativa. Já não vais entrar por aquela porta a qualquer momento. Já não vou puder olhar a tua bela face. Apreciar os teus lábios. Os teus belos olhos. Deixar os dedos envolverem-se nos teus cabelos. Já não vou puder acariciar a tua pele. Já não vou puder beijar o teu pescoço.

Tudo porque não estive atento o suficiente para ver que te estava a perder. Que te afastavas a cada dia que passavas comigo. Os sinais estavam lá, deste-mos. Começaste a chegar tarde. Partias cedo. Ou simplesmente não ficavas para passar a noite. Questionei-te o porquê desta mudança. Não obtive resposta, mas podia ter insistido. Devia ter insistido! Não o fiz. Perdi-te. És agora uma memória na minha mente. Nada mais. Já não vou puder viver contigo o felizes para sempre. Já não vou...