19 novembro 2010

Queria estar só contigo, soltar o enorme desejo que escondo dentro de mim mas que insiste em tentar escapar ao meu controlo. Deixa-me tirar a camada de pele sintética que te aquece mas me priva da verdadeira, quero tomar nas minhas mãos o relevo acentuado presente alguns centímetros abaixo do pescoço que adoro morder. Acariciar os botões de rosa neles cravados. Quero apertar o teu corpo no meu, sentir o calor da tua pele, a suavidade da mesma. Fazer-te pender a cabeça para trás com a minha força, ouvir a tua respiração ofegante enquanto te beijo o pescoço. Beijar a pele nua da tua barriga traçando um caminho descendente até á terra prometida. O local que tanto quero encontrar e que tanto promete. Deixa-me conhecer cada recanto desse local longínquo e muitas vezes inacessível. Queria tocar-lhe, acaricia-lo, suavemente com os dedos secos e rígidos. Com os lábios suaves e carnudos. Com a língua quente e húmida. que com movimentos circulares te leva onde nunca ninguém te levou antes. Fazer-te sentir algo tão forte que não imaginaste ser possível. Quero sentir.te cravar a couraça rígida presente na ponta dos dedos nas minhas costas simultaneamente com cada sinal sonoro que produzes simbolizante do teu prazer. Quero deixar-te descansar por breves segundos, os suficientes para elevar o meu corpo á altura do teu, de maneira a que os meus olhos fixem os teus e vejam neles o desejo insaciável de prazer. Quero deitar-me, entrar em ti com o corpo rígido colocado no interior das minhas coxas, que te movimentes alternadamente debaixo do meu corpo. Começando devagar e suavemente, aumentando e tornado os movimentos mais profundos á medida que o ponto alto se aproxima. O momento em que tudo o que nos rodeia deixa simplesmente de existir, só os nosso dois corpos em perfeita união e o prazer que dela advém interessa. O momento em que os gemidos de ambos se tornam audíveis em outras divisões. O momento em que as costas são arqueadas, quando as mesmas começam a ficar vermelhas com tanta pressão. Marcadas
(...)
O momento em que o canal reprodutor é percorrido pelo liquido responsável por metade do milagre da maternidade, expulsando-o em direcção aos microscópicos ovos responsáveis pela outra metade do mesmo. Quando este momento chegar saberei o que sentes, estarei a senti-lo também. Em simultâneo
(...)
Uma vez concluído o meu dever, dar-te prazer, posso relaxar alguns minutos abraçado a ti, satisfeito por te ter feito sentir tão poderosa força percorrer cada milímetro do teu corpo. Depois levanto-me, deixando-te pendida entre os lençóis da mais suave seda, percorro o espaço que me separa da casa de banho, abro a maçaneta metálica, permitindo que o liquido incolor, suficientemente quente para nos aquecer, mas simultaneamente frio para evitar queimaduras, encha aquele pedaço de porcelana estanque. Depois chamo-te, em tom sugestivo e apetecível. Apareces com o teu esbelto corpo desnudo, paras junto á porta, olhas-me e sorris quando vês o que pretendo. Caminhas na minha direcção, aparentas planar tamanha é a suavidade dos teus passos, a perfeição das tuas feições, a firmeza das tuas curvas. Entras e fazes-me companhia. Sentas-te á minha frente, entregando-me as costas, que massajo enquanto te encostas a mim. Ficamos ali algumas horas, sentados com a respiração sincronizada em silêncio, ate que o liquido que nos envolvia vai perdendo a temperatura, obrigando-nos a sair de lá.
Uma vez limpos, levo-te em braços até ao local onde horas atrás o exercício foi intenso. O ambiente continuava carregado apesar do tempo decorrido. Deitei-te no teu local de repouso, passei para o meu e deitei-me de barriga para cima, depois de te tapar o corpo ainda sem pele sintética a cobrir.
Inclinaste-te sobre o meu corpo, o teu braço esquerdo relaxou em cima da minha barriga, a tua mão encontrou descanso na minha cintura. A tua perna ficou entre as minhas. A tua cabeça sobre o meu peito oscilava, consoante a minha respiração ocorria. Os teus belos cabelos ondulados foram percorridos pelos meus dedos até que me vi obrigado a parar. Adormeceras minutos depois de termos repousado os nossos corpos, outrora tensos agora relaxados. Acariciei-te em sinal de boas noites. Aconcheguei os lençóis a tua volta e deixei-me ficar. De olhos bem abertos via os teus selados sem esforço. Nada mais conseguia ver, as luzes apagadas não o permitiam só a tua face era visível. Em tão serrada escuridão o teu rosto brilhava.

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