14 novembro 2010

Senti esse tremor no teu corpo. Também o meu o teve. Coloquei-o de maneira a não te magoar, suportei parte do mesmo, ouvi-a a aprofundar-se. Àquela distância o controlo foi-se desvanecendo, queria mesmo tocar nos teus lábios com os meus mas assim que fixei os teus olhos a luta interior cessou, nada mais precisei para ficar ali, não precisei avançar sobre ti. Sorrimos, o sentimento por trás daquele olhar era perceptível. Eu também nunca me senti assim, só tu me deste essa oportunidade.
Gosto de te controlar, o teu olhar muda, gosto de sentir que és minha, que não vais partir. Também tu és a primeira a quem pertenço, a quem me entreguei por completo, começaste por entrar no coração, foste-o conquistando aos poucos, agora tem-lo por completo. Quero conhecer-te, quero fazer parte de ti. Do teu futuro. Consigo ver, pelos teus olhos, que o teu coração bate por mim, que é por mim que acelera, que é comigo que acalma quando te abraço e afago o cabelo. Vou-me manter aqui, a teu lado, a esta distância, mas com uma diferença. Deixa-me pousar a cabeça na tua almofada, relaxar o meu corpo rígido no teu colchão suave. Aí fixemos de novo os nosso olhares. Apaga a luz, deixa ser o brilho dos teus olhos a iluminarem este quarto.
Assim estou completo, deitado a teu lado a olhar-te nos olhos enquanto acaricio a pele suave do teu rosto.
Sou teu, és minha, não desisto, não desistas...


Seguimento de Palavra a Palavra

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