29 julho 2011

Já passava das 3 da manhã quando entrei em casa, abri a porta e deparei-me com o teu olhar, raivoso e inquiridor. Nada disse, dirigi-me para o quarto e fechei a porta. Ouviste a água a correr, levantaste-te e sentaste-te na cama. Saí do banho e ainda nu olhei para ti. O teu olhar mantinha-se. Era a primeira vez que o fazia. Voltei a não dizer nada, não conseguia olhar para a tua cara. Aproximei-me da cama mas em vez de me deitar pegue num par de boxers e na minha almofada e fui para a sala.
Chamaste-me quando estava na ombreira da porta "onde andaste?" Não respondi e retomei a marcha. Continuaste a chamar-me, em vão. Deitei-me e andei toda a noite ás voltas, o sentimento de culpa não me deixava dormir. Ouvi o teu choro ate adormeceres, estafada.
Esta noite não valeu a dor que te causei. Desculpa-me.
No dia seguinte deixei-te sair de casa e só depois saí. Deixei o roupeiro vazio, a minha mesa de cabeceira e a cómoda. Saí para não mais voltar. Mereces alguém melhor que eu.
Parti e levei comigo a mágoa da tua vida.

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