21 maio 2012

   Uma gota atingiu-te o rosto. Não estavas a espera e a tua reacção exagerada arrancou-me uma gargalhada. Elevaste a cabeça ligeiramente e observaste o céu, nova gota te acertou. Olhei para ti, também eu já havia sido alvo do mesmo ataque. Sorrimos um para o outro e a resposta surgiu unânime e silenciosa. Voltaste a pousar a cabeça no meu peito e continuamos ali deitados a baloiçar ligeiramente enquanto as nuvens descarregavam a sua fúria. Coloquei a minha mão na tua cintura e continuámos em silêncio.
   Tão depressa como chegou abalou. As gotas cessaram, as nuvens passaram, as estrelas ressurgiram, a lua estava de novo visível. 
   A tempestade passou e os nossos corpos continuavam juntos, naquela cama de rede.

1 comentário:

  1. David como sabe bem te ler, como entendo esses silêncios que tudo dizem, que tudo sentem. Gosto de te ler, gosto de te ver a falar de amor, a exprimires o que sentes, o que sonhas, o que passas. Continua assim, grande abraço

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