12 agosto 2013


   A grande batalha aproximava-se, a incerteza de um novo dia levava os nervos á flor da pele. Quando te vi entrar na minha tenda, sem sequer saber que te encontravas nas imediações fiquei sem reacção. Aproximaste-te de mim, também com a incerteza de um novo dia na mente. Tomei-te nos meus braços e apesar das temperaturas negativas que os deuses decidiram abater sobre nós senti o calor dos teus lábios no meu pescoço. A barba de 3 dias não te demoveu de percorreres o meu rosto com as tuas mãos, limpas, suaves. Olhaste-me nos olhos e neles vi o motivo da tua visita. Querias uma última noite a meu lado. A pele do lobo branco que matara para te aquecer alguns invernos atrás deslizou corpo abaixo, deixando revelar as generosas curvas que escondia. Afastei-me para puder gravar esta imagem na minha mente. Sorri quando, sem qualquer ruído, a pele atingiu o tapete. Ali estavas, tal como tinhas vindo ao mundo. O pensamento desviou-se da batalha e centrou-se no teu corpo. Já não me lembrava quão deliciosas era as tuas curvas, tanto era o tempo de afastamento. Aproximei-me de ti, qual animal esfomeado, elevei-te num só gesto e já bem junto a mim pousei-te em cima da cama. Os meus lábios não deram descanso a um único milímetro de pele do teu corpo e a minha língua fez igual serviço entre as tuas coxas. Arqueaste as costas com a precisão que a minha língua transportava acompanhada por um suave deslizar de dois dedos no teu âmago.  Levar-te-ia ao êxtase num abrir e fechar de olhos. A tua mão na minha cabeça, os meus cabelos presos entre os teus dedos. Elevaste a tua cara para observares o meu olhar de deleite. Lambi os meus lábios, húmidos do teu prazer e elevei o meu corpo em relação ao teu e mordisquei-te o lóbulo da orelha. Gemi á medida que os teus lábios envolviam o meu sexo duro de desejo. Não, não aqueles com que me beijas mas o outros, aqueles tão suaves como a melhor das cedas, molhados, qual tempestade invernal. As tuas unhas marcaram-me as costas quando encontrei o fundo do poço, colaste os teus lábios ao meu ouvido de forma a ouvir a tua respiração ofegante á medida que os movimentos se tornavam mais insistentes. Marcaste-me as costas quando o primeiro orgasmo assolou o teu corpo mas proibiste-me de sair de dentro de ti.
   Os minutos foram passando, as horas acumulando. As velas já pouco tinham a queimar mas nós continuávamos ali, orgasmo após orgasmo até cairmos, arrebatados, quentes, suados. Alheios  ao  nevão que abatia o acampamento.

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